quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O acontecimento (europeu) do ano


O pontapé de saída foi dado pela Hungria. A partir daí começaram a surgir "muros" um pouco por todo o lado. E mesmo onde não foram erguidas barreiras físicas, a livre circulação de pessoas começou a ficar condicionada. Diga-se em abono da verdade que os atentados de Paris só pioraram a situação. Mesmo em países sem tradições xenófobas, começaram a surgir sinais de reacções desse tipo. Entretanto, o problema humanitário dos refugiados, ainda que tenha saído do radar da comunicação social, arrasta-se sem fim à vista.

O acontecimento (português) do ano


Na minha opinião, o acontecimento político do ano. O XX Governo Constitucional foi alvo de um despedimento colectivo. Descobriu-se que andava a varrer o lixo para debaixo dos tapetes!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Facturas por pagar II


Facturas por pagar I


"Observando a Zona Euro, verificamos que a governação ideológica pode durar algum tempo, faz os seus estragos na economia, deixa facturas por pagar, mas acaba sempre por ser derrotada pela realidade" (Cavaco Silva, 22/12/2015). Tendo em conta quem proferiu tais palavras, o Presidente da República Portuguesa, o qual, como tem repetidamente afirmado, mede cuidadosamente o alcance de tudo quanto diz, é caso para dizer que temos andado, todos, redondamente enganados. Em Portugal quem governou nos últimos quatro anos foi a esquerda. Com a treta da saída limpa, os problemas foram arrastados e as facturas (deixadas por pagar) estão a aparecer. A do Banif aí está. A do BES há-de chegar. E sabe-se lá o que o futuro ainda reservará aos contribuintes portugueses!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Doyen a quem doer


Depois de rescindir unilateralmente os contratos com a Doyen relativos ao marroquino Labyad e a Marcos Rojo, o Sporting transferiu, em 2014, o argentino para o Manchester United por 20 milhões de euros, e restituiu ao fundo os cerca de quatro milhões investidos pelo mesmo na contratação do jogador. A Doyen, detentora de 75% dos direitos económicos do jogador, não se conformou e recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), o qual lhe deu razão. Ao que parece, o Sporting estava muito confiante numa decisão favorável aos seus interesses pois tinha pedido um parecer jurídico a uma "entidade externa internacional" que lhes teria garantido uma vitória no caso. Duplo prejuízo, para além dos 12 milhões de euros que o Sporting terá de pagar à Doyen, caso ainda não esteja pago, terá de pagar igualmente o parecer. O Sporting, não conformado com a decisão, vai interpor recurso.

PS-Soube-se hoje que a NOS fez mais um excêntrico. O Sporting assinou contrato com a referida operadora por 10 anos, 515 milhões de euros entre direitos de transmissão e patrocínios. A Doyen pode estar descansada. Vai haver dinheiro para o Sporting lhe pagar o que deve.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Tudo, tudinho mesmo!


A ex-ministra das Finanças garantiu recentemente, numa entrevista na TVI, ter feito tudo para vender o Banif durante os mais de dois anos em que foi ministra. "Recebi vários investidores interessados e encaminhei-os para a administração. Infelizmente nunca chegou uma proposta", disse Maria Luís Albuquerque, respondendo assim a Jorge Tomé, da administração do Banif, que disse que o anterior Governo deu prioridade à venda do Novo Banco, pondo em stand by uma solução para o banco agora resolvido pelo Banco de Portugal. Dizendo-se sem informação suficiente para fazer um julgamento da operação realizada, a ex-ministra não deixou de manifestar várias dúvidas sobre o processo (montantes envolvidos, peso a suportar pelos contribuintes, etc). Maria Luís Albuquerque deixou, ainda, uma clara crítica a Carlos Costa: "Há claramente um problema de supervisão, que deve ser mais uma vez analisado". Dúvidas dissipadas? Branco, mais branco não há!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Prendas de Natal


Como prova definitiva de que as vicissitudes da constituição do XXI Governo Constitucional são águas passadas, António Costa resolveu oferecer ao Presidente da República, Cavaco Silva, e aos ex-primeiro e ex-vice-primeiro ministros, respectivamente, Passos Coelho e Paulo Portas, como prenda de Natal, a sua última obra recentemente chegada às livrarias.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Saída limpa (II)


A necessidade da propaganda oficial (portuguesa e comunitária) ter um caso de sucesso (vulgo, saída limpa) no caso português do programa de assistência económica e financeira era tão grande, que os problemas em vez de resolvidos foram empurrados para a frente. A bronca do BES ainda rebentou durante o consulado Passos-Portas. A do Banif rebentou já com António Costa. O Banif foi vendido ao Santander Totta por 150 milhões de euros. A venda, anunciada pelo Banco de Portugal, inclui "a actividade do Banif e da maior parte dos seus activos e passivos". Quando comunicou a compra à CMVM, o Santander sublinhou, porém, que os litígios ficam fora do negócio. Alguém (nós, contribuintes, é claro) os pagará! Historiando, foi no final de 2012 que o Estado injectou 1.100 milhões no Banif, ajuda enquadrada na linha de recapitalização do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal. O Estado tornou-se o maior accionista do banco, mas os accionistas privados continuaram a controlá-lo (!!!). Posteriormente, em Dezembro de 2014, a Comissária Europeia da Concorrência, Margrethe Vestagen, enviou uma carta a Maria Luís Albuquerque alertando para a necessidade de reestruturar o Banif rapidamente. Nessa carta a comissária referia "Já passou um longo período de tempo desde a aprovação temporária da medida de auxílio, e o plano de reestruturação submetido continua a levantar dúvidas acerca da sua viabilidade", escrevia Vestagen. A comissária acrescenta, ainda, saber o motivo que levara ao atraso em encontrar uma solução para o problema do Banif: "Isto foi motivado por considerações de estabilidade financeira, e mais recentemente por considerações de não perturbar a saída do país do Programa de Assistência Financeira". Vestagen alerta ainda para a possibilidade de ser aberto um inquérito da Comissão Europeia para investigar os atrasos na resolução do Banif, caso não fosse entregue um plano viável para o banco até Março de 2015. Apesar disso, nem o plano foi entregue, nem o inquérito foi aberto!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Jimi Hendrix da Amadora


Sporting e música andam há longos anos de mãos dadas. Basta lembrarmo-nos dos saudosos cinco violinos do final dos anos 40 do século passado. Depois disso, só a espaços é que o Sporting demonstrou uma afinação idêntica. E o momento actual é um desses, sob a lead guitar de Jorge Jesus, qual Jimi Hendrix da Amadora. A grande diferença para os cinco violinos, é que eles "tocavam" 90 minutos afinados em cada jogo, enquanto que o Sporting actual "toca", quando muito, não mais de 20 ou 30 minutos em cada partida. No próximo jogo da Liga Europa, contra o Bayer Leverkusen, actual sexto classificado do campeonato alemão, caso o Sporting aspire a continuar em prova, a música terá de ser bem mais afinada do que até aqui. Entretanto para o campeonato nacional, primeira derrota e perda do primeiro lugar...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Agarra-me se puderes


Portugal dificilmente poderia aspirar a um grupo mais acessível para a fase final do Euro 2016, Islândia (14 de Junho), Hungria (18 de Junho) e Áustria (22 de Junho). Mas daí até assumir como objectivo ganhar o Euro (como o fez Fernando Gomes, Presidente da FPF), vai uma grande distância. A História não se repete. Tivemos uma oportunidade única em 2004 e... morremos na praia!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Dias de tempestade


Depois do BES/Novo Banco, segue-se o BANIF. Recapitalizado pelo Estado, está à venda. Considerando o fiasco que foi a venda do Novo Banco, talvez seja melhor o governo fazer uma cruz ao dinheiro injectado por Passos e Portas e dar o banco todo a quem o quiser (isto, claro está, partindo do princípio que há interessados). O dinheiro está perdido e está. Quem quiser ficar com ele assume tudo, activos, passivos e o que o futuro ainda reservará! De acordo com o jornal Público, o auditor, a PriceWaterhouseCoopers, alertou o Banco de Portugal em Outubro para os riscos do atraso de uma solução para o BANIF e que o governador, Carlos Costa, e a então ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, terão entrado em choque quando receberam o aviso. Choque, digo eu, só se for por terem, finalmente, percebido que já não seria possível manter por muito mais tempo o segredo confinado às paredes dos seus gabinetes!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Boa oportunidade para estar calado


Uma das exigências (públicas) que Cavaco Silva fez a António Costa foi a garantia da estabilidade do sistema financeiro, o que, agora que estourou a barraca do BANIF, parece indiciar que ele estava ao corrente da situação do banco. O governo anterior teve três anos para resolver o problema do BANIF, mas preferiu "enterrar" 1.100 milhões de euros dos contribuintes e empurrar o problema "com a barriga". O curioso de toda esta situação é Cavaco só se ter lembrado de exigir estabilidade financeira ao governo actual e não ao anterior, a quem tinha dado posse uns dias antes. Se isto não é vestir a camisola (do partido), não sei o que isso é. Mais uma boa oportunidade perdida para estar calado!

Começar com o pé esquerdo


Que havia dúvidas relativamente às contas certas do governo anterior, havia. De qualquer forma, implementar medidas adicionais (mais austeridade) para não ultrapassar o limite dos 3% (o objectivo do anterior governo, 2.7%, foi descartado) de défice público, não é, seguramente, o início que o actual governo aspirava, tanto mais que, supostamente, a sua entrada em funções marcaria o início de um novo ciclo político. A grande diferença será que, desta vez, espera-se, a factura não venha parar aos mesmos de sempre!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Erro colossal


O FC Porto precisava de ganhar ao Chelsea para continuar a sonhar com a Liga dos Campeões sem esperar por um milagre em Kiev? Aparentemente não, tendo em conta o onze inicial escolhido por Lopetegui: Alinhar de início com três defesas centrais e deixar no banco Aboubakar e Ruben Neves. Cada vez se torna mais evidente que a contratação de Lopetegui foi um enorme erro de casting de Pinto da Costa. Se na época passada o erro foi disfarçado pela excelente caminhada do FC Porto na Liga dos Campeões, este ano não há disfarce possível. As coisas a continuarem como até aqui, mais uma vez, dos quatro troféus que a equipa ainda pode conquistar (palavras de Lopetegui na conferência de imprensa após o jogo com o Chelsea), o FC Porto vai ganhar o que a Luísa ganhou entre o centeio!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Rei Midas


A NOS assinou um contrato fabuloso com o Benfica para assegurar a transmissão, em exclusivo, dos jogos dos encarnados: 400 milhões de euros em 10 anos. Ainda estamos muito longe dos valores praticados na Liga Inglesa (a título de exemplo, na época passada, o Queens Park Rangers, último classificado, encaixou 91.2 milhões de euros em direitos televisivos e o Chelsea, campeão, 139.5 milhões de euros. Na época actual, 2016-2017, a diferença ainda será mais abismal fruto do novo contrato de cedência de direitos televisivos: 205.5 milhões de euros para o campeão e 136.5 milhões de euros para o último classificado!!!), mas, mesmo assim, estamos em presença de valores "astronómicos"  (40 milhões de euros por época) para a nossa realidade!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Guerras de alecrim e manjerona


Depois de Bruno de Carvalho, Jorge Jesus, Octávio Machado e Jaime Marta Soares, acusados pelo Benfica por “declarações” e “condutas públicas” que, na opinião do clube, se enquadram em “ilícitos disciplinares muito graves e/ou graves”, chegou a vez do Sporting que acusa Rui Gomes da Silva, Rui Costa, João Gabriel e Pedro Guerra exactamente dos mesmos "crimes". Para a guerra ser total, (quase) só falta a apresentação de queixa contra os porteiros e pessoal da limpeza. Assim, ninguém se ficava a rir!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Mais um milagre de Jesus


Aos 5 minutos, quando o Sporting sofreu o primeiro golo contra os russos, chegou a temer-se o pior, que Deus Filho (Jesus), castigado por Deus Pai, não fizesse mais um milagre. Mas não. Deus Filho não estava castigado, estava só à espera da sua hora. E que hora! Vingou a humilhação de Alvalade, ganhou vantagem aos russos num eventual empate entre os dois clubes e passou a depender unicamente de si. Assim faça Jesus novo milagre no derradeiro confronto contra os turcos!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Efeito pinóquio


As alterações climáticas estão a afectar profundamente a vida no planeta. Ainda que não pareça, Portugal está ser uma das regiões do globo mais afectadas. Depois da misteriosa "evaporação" da devolução da sobretaxa de IRS, eis que soubemos agora, pela boca insuspeita da UTAO, que, dos quase mil milhões de euros de almofada financeira do OE 2015, restam pouco mais do que 60 milhões e que a meta do défice para este ano (2.7%) é quase uma miragem. A única diferença entre Portugal e o resto do mundo é que, enquanto para o resto do mundo as alterações climáticas são consequência do efeito de estufa, no caso de Portugal o efeito responsável é o chamado efeito pinóquio.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Finalmente, em plenitude de funções


Com o chumbo da moção de rejeição da direita, o governo de António Costa saiu da Assembleia da República em pleno exercício de funções. O mais difícil vem daqui para a frente. Para começar, a necessidade de uma grande coordenação política entre as bancadas que sustentam o governo, não vá o barco começar já a meter água. A coligação PSD-CDS, com toda a certeza, tudo fará para que isso aconteça. Este primeiro orçamento deverá ser pacífico. Muito provavelmente destinar-se-à a dar corpo às promessas feitas durante a campanha eleitoral. A grande prova de fogo, caso não haja desentendimento antes disso, será o orçamento para 2017. Aí sim, vai dar para perceber de que têmpera são os acordos forjados entre os partidos da esquerda.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

De praticamente apurado a... quase eliminado!


Sempre que Julen Lopetegui inventa... o FC Porto perde! Quando é que ele aprende que cada jogo deve ser encarado como uma final e que cada jogador deve jogar na sua posição natural? Entrar em campo a pensar que um empate basta, e colocar alguns titulares indiscutíveis em posições que não estão habituados e/ou no banco, é mais do que meio caminho para derrota certa. E o FC Porto não vinha de uma jornada complicada nem se perspectivava um jogo seguinte demasiado difícil (Tondela). Já aqui escrevi que Lopetegui é o melhor reforço do Benfica nesta época. O "passeio" do Benfica só não será muito sereno porque temos, esta época, um leão com as garras bem mais afiadas!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Pólvora seca


O discurso do Presidente da República no acto de tomada de posse do XXI Governo Constitucional, em que deixou implícita a hipótese de demissão do Governo, não passou de uma bravata inconsequente de alguém que, tendo afirmado ter tudo previsto, se viu obrigado a viabilizar uma solução que nunca considerara nem nos seus piores pesadelos. Com a revisão constitucional de 1982, desapareceu a responsabilidade política do Governo perante o Presidente o que significa que a avaliação do mandato do Governo passa mais pelo Parlamento do que por Belém. Só em caso de bloqueio absoluto do regular funcionamento das instituições é que o Presidente poderá, legitimamente, demitir o Governo, o que, diga-se, não parece perspectivar-se tanto mais que António Costa, ao que parece, vai limitar a interacção com o Presidente ao estritamente necessário.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Não fica esquecido!


Não fica esquecido. Para o próximo ano espero eu (e mais alguns milhões de portugueses que trabalham) gozarmos este dia como feriado. Para além da comemoração da restauração da independência nacional, servirá, simbolicamente, para comemorarmos a restauração de alguma da independência perdida para os desmandos da troika com o amém de Passos e Portas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Crise de azia


De acordo com uma fonte oficial da Presidência da República, a demora do Presidente em "indicar" António Costa para primeiro-ministro não se deveu a nenhum preconceito do Presidente relativamente ao BE ou ao PCP, ou desconfiança relativamente à solidez dos acordos assinados, mas sim a uma crise aguda de azia de Cavaco Silva. Aliás, como se pode observar pela fotografia acima, tirada na cerimónia de posse do XXI Governo Constitucional, ontem dia 26 de Novembro, o Presidente ainda não está totalmente recuperado. Que a solução encontrada por António Costa não merece a mínima concordância do Presidente, não há qualquer dúvida. Aliás Cavaco Silva deixou isso bem claro no discurso que fez ao referir que o único poder que o Presidente não pode exercer nesta altura é o de dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições, deixando subentendido que pode muito bem demitir este governo e dar posse a um outro respeitando a actual composição do Parlamento.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Conformado, assarapantado ou furioso?


O primeiro-ministro está "incomodado", a ministra das Finanças "incrédula", o vice-primeiro-ministro "mudo". Tudo a propósito do "misterioso" desaparecimento da devolução da sobretaxa de IRS. E nós como é que ficamos? Conformados, assarapantados ou furiosos? A maioria, seguramente, conformada. Munca duvidou de que a propaganda do governo não passava de treta eleitoral para ganhar votos. Os restantes assarapantados ou furiosos, dependendo do grau de credibilidade atribuído à palavra do governo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Privatizar lucros, nacionalizar prejuízos


A recente venda da TAP é (mais) um exemplo de como em Portugal se privatiza o lucro e se nacionaliza o prejuízo. De acordo com o semanário Expresso, o risco de a dívida da TAP não ser paga aos bancos ficou do lado do Estado. Em teoria, a dívida da TAP (cerca de 770 milhões de euros) é agora dos novos donos da empresa. Se tudo correr bem, não haverá problemas. Se correr mal, a dívida volta à esfera pública. Em Portugal costuma dizer-se "quem come a carne que chupe os ossos", mas parece que não é bem assim, ou, pelo menos, não é assim em todas as situações.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Chuchar no dedo


Recordando, ainda poucos dias antes das eleições do passado dia 4 de Outubro, as previsões de devolução da sobretaxa de IRS iam de vento em popa, prevendo o governo a devolução, em 2016, de 35% do valor pago este ano. E com perspectivas de melhorar ainda mais. Mal passou o dia 4 de Outubro, sem que nada de extraordinário tivesse acontecido, a percentagem de devolução caiu, subitamente, para pouco mais de 9%. Agora, novo tombo para... 0%!!! Resultado, a ministra ainda aproveitou o sorvete (o tempo estava quente e convidativo aquando da teoria do oásis pré-eleitoral) e a coligação PSD/CDS uns votitos de alguns crentes. Quanto a nós, ficamos a chuchar no dedo!

?$#@!%&*


PSD reagindo à indigitação de António Costa para primeiro-ministro. O vocabulário utilizado não será o politicamente correcto, mas expressa, veementemente, o estado de alma dos social-democratas. Continuam a achar que a manobra do líder socialista não passa de uma nova variante de golpe de Estado.

O acordo final


Afinal o que Cavaco Silva queria de António Costa é que o PS se responsabilize por tudo quanto não está explicitamente previsto nos acordos. Não exige novos textos, nem sequer as assinaturas de Catarina Martins ou de Jerónimo de Sousa. Situação que António Costa resolveu rapidamente, acrescentando uma única frase aos textos (a vermelho no pergaminho acima). Cumprido o desejo do Presidente da República, espera-se, agora, que convide rapidamente António Costa a formar governo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Não há duas sem três


Quem diria que o Benfica de Rui Derrota (perdão, Vitória) não consegue ganhar um jogo ao Sporting de Jorge Jesus? Desde o início da época, três jogos, outras tantas vitórias do Sporting. O próprio Jorge Jesus admite "Nunca pensei jogar contra o bicampeão e ganhar três vezes". E não me parece que a culpa seja das arbitragens. Neste último jogo se o Benfica se pode queixar de um penalti não assinalado sobre Luisão, o mesmo dirá o Sporting em lance protagonizado por Slimani. Portanto, no que toca a erros da arbitragem, foram os dois igualmente beneficiados e prejudicados.

sábado, 21 de novembro de 2015

Um ponto que faz toda a diferença


Fez ontem 30 anos que foi apresentado ao mundo aquele que se viria a tornar no sistema operativo mais conhecido e mais usado no planeta. Tratava-se do Windows 1.0 com um novo ambiente gráfico, janelas e aplicações. Os requisitos de sistema eram 2 disquetes, 256 kilobytes de memória e uma placa gráfica! Para os mais exigentes, que pretendiam correr mais do que uma aplicação em simultâneo, era necessário um pouco mais de espaço, 512 kilobytes. Olhando para o que separa o Windows 1.0 do Windows 10, não haja dúvidas, em termos informáticos, há 30 anos a humanidade estava na Idade da Pedra.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Um mau começo


Todos estarão lembrados da treta propagandeada pelo governo acerca da resolução do BES. Desta vez, os contribuintes não seriam chamados a colocar um cêntimo que fosse na solução encontrada. Dividia-se o BES em dois, um banco bom e outro mau, e tudo o que fosse bom passava para o Novo Banco. O resto, ainda que só cheirasse ligeiramente mal, ficava no banco mau (o BES). Depois seria uma questão de tempo (pouco) até que surgisse comprador e, na hipótese (mais do que) remota de o valor da venda não cobrir o dinheiro emprestado pelo Estado (nós), quem pagaria a diferença seria a banca. Pois bem, o tempo encarregou-se de corrigir a fábula governamental. Para começar, o Novo Banco ainda não foi vendido. As ofertas, escassas, eram a preço de saldo e o negócio foi por água abaixo. Na altura não se percebeu como o banco valia tão pouco. Agora sim. O BCE diz que o Novo Banco precisa de ser recapitilizado em cerca de 1500 milhões de euros, o que prova que os hipotéticos compradores perceberam que o (suposto) negócio da China era um buraco sem fundo... mesmo para chineses! Está a ficar cada vez mais evidente que vai sobrar (forte) para nós!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Paciência para totós


O processo de consultas do Presidente da República para resolução da actual crise política ainda poderá demorar algum tempo. Depois dos banqueiros, seguem-se os economistas, partidos políticos e, quem sabe, o Conselho de Estado. Se decidir consultar, também, o seus animais de estimação (um cão e um gato), o processo ainda atrasará um pouco mais. Convenhamos, para quem tinha tudo estudado e já sabia o que fazer, está tudo muito demorado. Mas não há problema. De acordo com o Presidente estamos de cofres cheios, pelo que não há motivos para alarme. Para os mais impacientes, Cavaco Silva aconselha a leitura do seu último livro cuja capa reproduzimos acima.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Gato escondido (ainda) sem rabo de fora?



A vontade de PSD e do CDS em continuar a governar é tão grande que Passos Coelho, em desespero de causa, até propôs uma revisão constitucional extraordinária para eliminar a norma que proíbe a dissolução da Assembleia da República nos 6 meses iniciais de mandato. Até parece que o actual governo tem algo a esconder! Verdade seja dita, se for esse o caso, não seria situação inédita. Em Portugal já estamos habituados a que o governo seguinte descubra uma série de buracos (orçamentais) escondidos pelo anterior! De qualquer forma, PSD e CDS estavam à espera de quê? Durante 4 anos ignoraram, arrogantemente, todas as outras forças partidárias, nomeadamente o PS. Agora estão a experimentar o sabor do seu próprio veneno.

PS-Isto mudar tudo quando a situação não agrada é típico das ditaduras (travestidas de democracias) terceiro mundistas. Nesses países é que vai-se mudando a Constituição ao sabor das conveniências do momento por forma a que os (queridos) líderes se eternizem no poder.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Vontadinha,... nenhuma!


É por demais evidente que Cavaco Silva não tem vontade nenhuma de resolver a crise política instalada com a queda do XX Governo Constitucional (leia-se, resolver a crise política com a actual composição da Assembleia da República). Por muito menos fechou-se em Belém no passado dia 5 de Outubro para reflectir acerca dos resultados das eleições do dia anterior, faltando às comemorações da implantação da República. Daí ter ido para a Madeira. O que seria desnecessário era fazer os comentários que fez. “Eu estive cinco meses em gestão, eu como primeiro-ministro de um Governo, estive cinco meses em gestão”, afirmou Cavaco aos jornalistas. Questionado se não considera urgente que decida sobre a crise política, o chefe de Estado recomendou que se verifique o que aconteceu em casos anteriores: “Vá ver nos dois casos de crises anteriores que aconteceram, um foi em 1987 e um em 2009 (sic), quantos dias esteve o Governo em gestão, o que é que fez o Presidente da República de então e quais foram as medidas importantes que esse Governo de gestão teve que tomar”, respondeu Cavaco.

PS- Já agora, não foi 2009, mas sim 2004 e o governo em causa era o do PSD/CDS-PP liderado por Pedro Santana Lopes.