quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A cor do dinheiro


Para um rendimento colectável de 153.300 euros (ou mais), se sujeito a IRS, pagará 46.5%, se rendimento de capital, pagará, no máximo, uma taxa liberatória de 21.5%. Pergunta: Onde pára a equidade de esforço no combate à crise?

PS - Parece que o Partido Socialista acordou, finalmente, para a realidade. Então não é que o secretário-geral do PS avançou com uma série de propostas para "introduzir justiça na repartição de sacrifícios"?! Afinal, como sempre esteve claro para mim, o discurso que andamos a ouvir durante meses acerca da equidade de sacrifícios pedidos aos portugueses não passava de conversa da treta.

Controlo da despesa


No que diz respeito ao controlo da despesa pública, continuamos a ser surpreendidos com as medidas anunciadas pelo governo. Depois da dispensa de gravatas e das viagens de avião, eis que chegou a vez dos cartões de crédito e dos carros de serviço. Mais uma vez, o governo prepara-se para poupar uns tostões, enquanto saca milhões por via do aumento da carga fiscal sobre o trabalho.

E quem tem sido o rosto da maioria das medidas anunciadas? Nada mais, nada menos do que...

domingo, 28 de agosto de 2011

Resposta para a crise


Pouco adepto da ideia de tributar as grandes fortunas, o PR lançou uma nova ideia para aumentar as receitas do Estado através de impostos - vamos taxar (novamente) as heranças e doações. E a ideia tem pernas para andar. Como os mortos não votam, o governo não corre o risco de aumentar o descontentamento dos eleitores em tempo de eleições. Por outro lado, ainda que os herdeiros venham a receber um pouco menos, continua a ser tudo lucro. Por último, mas não menos importante, este imposto renderá, seguramente, receitas muito mais avultadas para os cofres do Estado do que o imposto especial sobre os altos rendimentos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Esforço (mais) equitativo?


Pegando numa ideia lançada pelo PR durante a campanha eleitoral para as presidenciais de Janeiro, parece que o governo se prepara para criar um imposto especial sobre os altos rendimentos. Ao que consta, o PS também estará a preparar algo do género, agora que é oposição, pois, enquanto foi governo, sempre assobiou para o lado.

Mas não caiamos em ilusões. Mesmo que a ideia vingue, ao fazer incidir o imposto unicamente em sede de IRS, excluindo todas as outras fontes de riqueza, nomeadamente o património, o governo prepara-se para arrecadar um meros "tostões" que não fazem falta nenhuma a quem os vai pagar e que representarão, enquanto receita, uma fracção (mínima) do esforço de combate à crise.

Por outras palavras, esta ideia, não passando de puro marketing político, sem nenhum alcance prático, serve para combater a ideia que se está a instalar na sociedade portuguesa de que a crise está a ser paga, apenas e sempre, pelos mesmos. É só esperarmos alguns meses - se 2011 foi um ano duro, 2012 será infinitamente mais duro e, nessa altura, vamos ouvir o governo justificar a equidade de esforço pedido ao povo português com o imposto especial sobre os altos rendimentos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sim, não ou nim?


Factos: Este PSD, enquanto oposição, sempre foi contra a ligação alta velocidade Lisboa-Madrid. Este PSD inscreveu no programa com que se apresentou ao eleitorado a suspensão da referida ligação. Este PSD sabia que, após a adjudicação do primeiro troço, uma suspensão implicaria, seguramente, indemnizações milionárias. Este PSD, durante a campanha, deu a entender que tinha ideias claras e decisões devidamente ponderadas para as grandes questões nacionais. Sendo assim, o que é que mudou nestas (poucas) semanas de exercício do poder?

domingo, 21 de agosto de 2011

Testar novo software

Quando se pretende testar um novo software, o que é que normalmente se faz? Instala-se, testa-se e, se o resultado não for o esperado, desinstala-se. Esta prática até seria aceitável se as rotinas de desinstalação efectivamente removessem todos os ficheiros e pastas criados durante a instalação, restaurando o PC para o seu estado original, o que efectivamente não acontece. Pior ainda, todo o software instalado cria chaves no registro do Windows, chaves essas que não são removidas. Com o tempo, para além do lixo acumulado, a máquina acaba por ficar mais lenta e pode até começar a evidenciar erros.

A forma ideal de contornar estes problemas é testar os novos softwares em máquinas virtuais (PC’s dentro do próprio PC), mas, para além da virtualização não ser um processo linear, há máquinas que não o suportam. Então, o que fazer? Há uma terceira via, algo a meio caminho entre a instalação-desinstalação e as máquinas virtuais, e essa via tem o nome de Sandboxie.

Sandboxie, não sendo freeware , apesar de algumas limitações da versão não registada, continua funcional após o período de experimentação. Em linhas muito gerais, o que este software faz é criar um ambiente isolado do resto do disco (uma pasta chamada Sandbox criada na raiz do C) onde o software executa todas as acções sem alterar nada na máquina física.

Instalado o Sandboxie, para testar um qualquer software, é necessário instalá-lo sob a supervisão de Sandboxie. Para isso há diversas formas, uma das quais é ilustrada na imagem abaixo.


Após a etapa anterior, abre-se uma janela para seleccionar o instalador.


Seleccionado o instalador, é só seguir o assistente de instalação. Apesar de o assistente nos indicar que vai fazer a instalação em C:\Programas\(...), os sinais [#] nas janelas significam que o programa vai ser instalado num ambiente isolado (a pasta Sandbox criada na raiz do C).


Terminada a instalação, para aceder ao programa tem de se ir ao Menu Iniciar da Sandboxie e seleccionar o atalho criado. E pronto, pode testar o programa à vontade. Terminados os testes, é só eliminar o conteúdo da Sandboxie (Sandboxie > DefaultBox > Delete Contents) e tudo fica na mesma.


Este, testes de novo software, é apenas um dos usos que pode ser dado a este software. Há outros, dos quais, pelo menos um é, no mínimo, eticamente questionável... Adivinham qual?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Despesa pública


Lembram-se desta imagem? De tempos a tempos o então Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, vinha à televisão explicar o porquê do novo PEC. A explicação era sempre a mesma - a crise internacional, assim como a causa (nunca assumida) também era sempre a mesma - descontrolo da despesa pública. E agora como é que vai ser?

Mudou a equipa governativa e, esperávamos nós, o estilo de governação. Bem, este último, talvez nem tanto. Apesar de solenemente negado durante a campanha eleitoral, quais foram as primeiras medidas do actual governo? Criação de um imposto extraordinário e antecipação do aumento do IVA no gás e electricidade. Quanto ao controlo da despesa, apesar de todos os elogios na conferência de imprensa da primeira reunião de acompanhamento do plano de ajuda externa a Portugal, as palavras são de Poul Thomsen, líder do FMI na troika: " O controlo da despesa não aconteceu conforme esperado."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ainda não sabemos...


A novela TGV está para durar. Quando o assunto parecia (quase) resolvido (o programa do governo, já por diversas vezes reafirmado, prevê a suspensão da linha de alta velocidade Lisboa-Madrid), eis que o ministro Santos Pereira foi a Espanha comunicar que afinal o governo português ainda não tem uma posição definitiva sobre o assunto. Parece que há contratos assinados, compromissos assumidos... decisão definitiva só lá para Setembro, deste ano, esperamos nós!


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Desvio colossal


Foi detectado pelo governo um desvio orçamental (colossal) de 1.880 milhões de euros, a saber: 783 milhões de derrapagem com salários e outras despesas, 500 milhões devido à contracção das receitas fiscais, 320 milhões relativos ao BPN e 277 milhões à Madeira. E como é que o governo pretende tapar (mais este) buraco? Repartindo, equitativamente, o esforço entre receita e despesa, como estava prometido? A avaliar pelas medidas anunciadas, mais de 80% do esforço recai sobre a receita: imposto extraordinário, antecipação do aumento do IVA sobre electricidade e gás...

domingo, 14 de agosto de 2011

Retrato de um país


Este retrato (abreviado) do país foi feito pelo actual Ministro da Economia em Abril deste ano no seu blogue, o que não deixa de ser curioso. Como é que um economista, profundo conhecedor da situação (crítica) do país, chegado a ministro, justifica da forma como justificou o vencimento da sua chefe de gabinete? A senhora até pode valer cada cêntimo que recebe. Nós, que lhe pagamos o vencimento, é que merecíamos outro tipo de explicações!


sábado, 13 de agosto de 2011

Mais do mesmo?!...


Que o país está em maus lençóis, todos o sabemos. O que não sabíamos é que, no imediato, serão mais uma vez os mesmos a serem chamados para pagar a crise. Então não é que a cobertura do "deficit colossal" vai ser resolvido à custa da receita, como anunciou, ontem o Ministro das Finanças! Para quando a tão badalada redução da gordura do estado? Para quem, enquanto oposição, sempre deu entender que sabia muito bem onde atacar essa gordura... 

Senhor Primeiro Ministro, é tempo de acabar com a demagogia das medidas anunciadas pelo governo (por exemplo, viajar em turística ou deixar de usar gravatas para poupar no ar condicionado) e começar a atacar os problemas de forma séria. A receita, contrariamente ao que possa pensar, não é infinitamente elástica. Assim como a crise não foi provocada pelo cidadão comum.Sendo assim, porque é que o cidadão comum tem de estar, sempre, na linha da frente do combate à crise? 

Caso não esteja recordado, os PEC's do executivo anterior sucediam-se a um ritmo de cada três ou quatro meses porque a despesa pública nunca foi devidamente controlada. E o senhor sempre foi muito crítico relativamente a essa situação, afirmando que o PSD (à data o senhor era o líder da oposição) estava a cumprir o seu dever patriótico para com o país (votar, juntamente com o governo minoritário, os PEC's no Parlamento) e que o governo não cumpria a sua parte nos acordos (controlar efectivamente a despesa).

Será que estamos em presença do "síndrome da mudança de cadeira" tão característico na política portuguesa? Não desperdice o capital de esperança depositado em si no passado dia 5 de Junho, não se queira transformar em mais um vendedor de ilusões!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aceder a sites offline através do Google

Os websites por vezes estão offline. As razões para tal podem ser muito variadas – dificuldades do servidor em dar resposta a todos os pedidos, problemas técnicos, ou, mais simplesmente, o website ter sido movido. Ou então o website em questão estar inacessível numa determinada ligação ou rede informática. Nestas situações, em que é necessário aceder a um site indisponível, é preciso um espelho do conteúdo desse site.

A menos que os sites não o permitam explicitamente, o Google faz cópias de todas as páginas dos sites e aloja-as nos seus servidores. Quando se faz uma pesquisa no Google, a seguir ao endereço do site aparece, a azul, as palavras Em Cache. Clicando aí acedemos à cópia do Google armazenada nos seus servidores. Querem um exemplo?

Imaginem que eu pretendo aceder ao PokerStrones.blogspot.com, um blogue de um amigo, mas não sei o endereço. Faço pesquisa no Google pelo nome do blogue e obtenho uma lista de resultados (imagem abaixo).


Clicando no nome para aceder ao blogue vejo que ele está indisponível (imagem abaixo).


Se clicar no link Em Cache acedo à cópia da página inicial do blogue guardada nos servidores do Google (imagem abaixo). Isto mesmo continua válido se pretender aceder a um determinado artigo de um site offline. Para tal basta fazer a seguinte pesquisa – site:[endereço do site seguido das palavras chave do artigo].


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Contornar registos gratuitos em websites

Não raramente, durante uma sessão de navegação na Internet, deparamo-nos com sites que requerem registo gratuito para visualizar os conteúdos. Se o internauta necessita mesmo de ver o conteúdo, não tem outro remédio – cria uma conta para fazer o login. Com o tempo, são dúzias de contas de difícil gestão (e memorização). E se o internauta quiser fazer login sem ter de criar uma conta?

O site BugMeNot mantém uma base de dados pública (e partilhada) com nomes de utilizador e palavras passe para sites que requerem registo gratuito. Então, como fazer?


  • Aceder ao site BugMeNot (http://bugmenot.com).
  • Digitar (ou colar) o endereço do site que pretende visitar e clicar no botão “Get Logins”.
  • Caso exista algum login na base de dados, são mostradas as credenciais da (ou das) conta(s).
  • E pronto, com um bocado de sorte, é só fazer login no site pretendido com as credenciais exibidas.

Note-se que todos os nomes de utilizador e palavras passe são adicionados pelos utilizadores e nem todos funcionam. Já agora, caso não exista nenhum login para o site que pretende aceder, porque não criar uma conta e partilhá-la através do BugMeNot? Existem extensões para os browsers Firefox e Chrome.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Navegação realmente privada

Navegar na internet deixa rastos no computador - sites visitados, cookies, informação digitada em formulários, etc. As versões actuais dos browsers têm todas um modo privado de navegação (Incognito no Chrome), o qual, terminada a sessão de navegação, limpa o histórico, cookies, ficheiros temporários e outros dados sensíveis. Mas será esta "limpeza" suficiente para apagar todos os rastos da navegação?

Nem por isso. Mesmo navegando em modo privado, encerrado o browser, permanecem traços da navegação, nomeadamente, endereços IP requisitados e cookies Flash.

Sempre que visitamos uma qualquer página, o nosso PC pede o endereço IP dessa página ao servidor DNS e guarda-o localmente para agilizar futuros acessos a essa página, mesmo em modo privado.Para aceder a essa informação basta abrir a linha de comandos e digitar ipconfig /displaydns (ainda que a informação mostrada seja hermética para leigos, são rastos deixados para trás - ver imagem abaixo). Limpar essas entradas é iguamente simples - basta digitar na linha de comandos ipconfig /flushdns.


Quanto aos cookies Flash, guardados em %appdata%\Macromedia\Flash Player\#SharedObjects, podem ser eliminadas com o Explorador de Windows ou, de forma mais rápida, correndo o CCleaner no final da sessão de navegação. Esta aplicação (freeware) limpa realmente todos os traços deixados para trás, mesmo em modo de navegação privada.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Silly season

Silly season, conceito (e termo) anglo-saxónico que se refere ao período de férias dos políticos, tribunais, jornalistas, etc, caracteriza-se pela falta de notícias importantes e sérias. Portanto, estando nós na silly season, vou aproveitar este período para mostrar alguns dos meus trabalhos.

1. Apanhei-te...


2. Titanic


3. Gasolina


4. Vendedor de ilusões

5. Portugal em apuros


6. Postal de Natal


7. Presidente ouve passos

domingo, 7 de agosto de 2011

Às armas!...

No passado mês de Julho a agência Moody’s baixou o rating da república portuguesa para lixo. Lembram-se?


A resposta foi fulminante. Alguns hackers portugueses, explorando vulnerabilidades do site da Moody’s, conseguiram durante algum tempo que o site da referida agência mostrasse o nosso primeiro rei.


"Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal..."

sábado, 6 de agosto de 2011

Nota de abertura


“Também tu?!” ou “Mais um?”, foram algumas das perguntas que me foram dirigidas quando disse que tinha criado um blogue. Na verdade, e pensando unicamente no Blogger, estamos a falar de mais de 14.000.000 de blogues. No mundo da blogosfera já há blogues acerca de tudo e mais alguma coisa. Então para quê mais um?

Não é fácil responder a esta pergunta até porque ainda não sei, muito bem, em que moldes irei desenvolver este projecto. Contudo já sei algumas coisas que este blogue nunca será. Para começar, não será temático – falarei acerca de todas as coisas que me interessam ou me preocupam. Em segundo lugar, se chegar a ter seguidores, não esperem publicações diárias. Sempre que as circunstâncias o justifiquem e eu ache que tenho algo a acrescentar, publicarei. Caso contrário não. Em terceiro lugar, não quero publicidade no meu blogue. Não é que tenha alguma coisa contra o dinheiro, mas encaro este projecto como um desafio meramente pessoal. Por último, mas não menos importante, neste blogue pode-se fumar.