sábado, 31 de outubro de 2015

Quanto valem os nossos políticos (XII)


Em bom rigor, Francisco Louçã abandonou a política activa. Contudo, enquanto liderou o Bloco de Esquerda, sempre foi uma voz ouvida com atenção. Verdade seja dita, liderando um partido sem perspectivas de chegar ao poder, Louçã nunca se viu obrigado a condicionar o discurso sob pena de ter de engolir o que tinha dito. Se como político deixou marca na Assembleia da República, hoje, na qualidade de comentador político, vale ouro.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Só por cima do meu cadáver

Em bom rigor ninguém sabe o que irá fazer Cavaco Silva após o, mais do que provável, derrube do governo de Passos Coelho. Alguns analistas defendem que, caso Cavaco se mantenha coerente com o que disse, deixará Passos Coelho a chefiar um governo de gestão e... quem vier a seguir que feche a porta! Marcelo Rebelo de Sousa já veio a terreno demarcar-se desta não solução, defendendo que o Presidente deve encontrar uma, mesmo que para tal tenha de engolir uma manada de elefantes. Por seu turno, Sampaio da Nóvoa já disse que, entre uma maioria de esquerda e uma minoria de direita, não hesitaria em convidar Costa a formar governo. O crispado discurso de Cavaco Silva à nação teve o condão de incendiar os ânimos e de fechar todas as portas de um possível entendimento ao centro. Espera-se que, tendo aproveitado a viagem a Itália, Cavaco Silva tenha pedido uma audiência ao Papa e tenha ouvido com atenção, e humildade, o que o Papa teve para lhe dizer. Entretanto, mais logo, o novo governo de Passos Coelho será empossado pelo Presidente da República. Afinal o governo de pesos-pesados que estava prometido não passa de um governo recauchutado, numa clara demostração que nem eles próprios acreditam na viabilidade do governo que encarnam.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O milagre de Cavaco Silva


António Costa estava com algumas dificuldades internas para fazer passar um eventual acordo de governo com o PCP e o BE. Estava, já não está. Cavaco Silva, na mensagem ao país em que comunicou ter convidado Passos Coelho para formar governo, teve o condão de unir o PS em particular, e a esquerda em geral. O primeiro sinal está dado. Ferro Rodrigues foi eleito presidente da Assembleia da República. Para além disso, a Comissão Política do PS aprovou uma moção de rejeição ao governo (quando ele for apresentar o seu programa ao Parlamento) e mandatou Costa para prosseguir conversações à esquerda. Aparentemente, a comunicação de Cavaco teve o efeito exactamente contrário ao pretendido. Pacificou e uniu o PS em torno do seu líder e uniu a esquerda como nunca se tinha visto. O discurso da diabolização do PCP e do BE e o apelo à rebelião dos deputados do PS ficará, certamente, como o momento mais baixo do seu segundo mandato como Presidente da República, mandato esse que, diga-se em abono da verdade, não ficará na memória de ninguém, tantos e tão disparatados foram os episódios protagonizados por Cavaco Silva.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Pedro, a devolução da sobretaxa encolheu!


Tivemos alguns dias de Verão com temperaturas anormalmente elevadas, mas nada que indiciasse a evaporação de dinheiro. A devolução da sobretaxa de IRS, que ainda pouco tempo antes das eleições ia de vento em popa, caiu, subitamente, após as eleições, para uns míseros trocos! Como se suspeitava, tal promessa não passava de treta eleitoral!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Volta, estás perdoado!


Assim que se soube que Jorge Jesus ia mudar de ares, passou de imediato de filho de Deus a um filho da p... ingrato. Desde então, instalou-se uma guerra mais ou menos surda entre o Benfica e o seu antigo treinador, guerra essa que tem registado alguns episódios verdadeiramente extraordinários. Depois da lição de domingo passado, já haverá muitos (senão todos) benfiquistas dispostos a esquecer tudo e a dizer "Volta, estás perdoado!".

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Pelo sim, pelo não


No passado mês de Agosto o Benfica avançou com uma acção contra o seu antigo treinador Jorge Jesus por quebra do contrato. A indemnização pedida era, então, de 7.5 milhões de euros. Agora o Benfica pede quase o dobro, 14 milhões de euros. À velocidade a que a justiça anda em Portugal, Jorge Jesus arrisca-se a morrer (de morte natural) antes de haver uma decisão judicial definitiva. Contudo, não vá o Diabo tecê-las, começou já a precaver-se! Quanto ao Benfica, e à subida exponencial da indemnização pedida, só há uma explicação possível: O restaurante onde o Benfica tem oferecido refeições aos árbitros no valor de várias centenas de euros cada, exigiu o pagamento das facturas!

sábado, 24 de outubro de 2015

O fim de uma era


"Comprei a Playboy para ler os artigos". Esta frase vai deixar de ser uma desculpa para os milhões de pessoas que, desde 1953, ajudaram a elevar a revista a ícone da cultura mundial. A revista norte-americana Playboy vai deixar de publicar imagens de mulheres nuas! Este ícone da cultura norte-americana (e mundial)  vai fazer uma reformulação em Março, mês a partir do qual quem comprar a revista irá fazê-lo, agora sim, estritamente, pelos artigos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Crónica de uma morte anunciada


Apesar de a coligação estar em minoria no Parlamento, Cavaco Silva convidou Passos Coelho para formar governo, argumentando que a solução alternativa de esquerda, que não lhe apresentou garantias nenhumas de estabilidade, coerência ou consistência, seria, a todos os títulos, muito mais gravosa para o país. Caso António Costa consiga fazer acordos com o BE e com o PCP, as cenas do próximo capítulo são fáceis de adivinhar. No dia em que Passos Coelho e o seu governo se apresentarem na Assembleia da República (AR), o governo cai. Como a AR não pode ser dissolvida antes do próximo dia 4 de Abril, não restará outra alternativa a Cavaco senão convidar António Costa a formar governo (isto digo eu, porque, das palavras de Cavaco, não resulta claro que seja esse o seu pensamento). Um conselho aos ministros de Passos Coelho. Não se despeçam, metam 15 dias de férias, pois o risco de integrarem o governo mais curto da história da democracia portuguesa é muito elevado. Para terminar, António Costa tem mais alguns dias para meter o Rossio na Betesga. Como o acordo com o BE parece estar fechado, restam as reticências do PCP, o qual, a partir de agora, fica pressiondo para se entender com o PS e o BE. António Costa já disse para não contarem com o PS para derrubar um governo de direita sem que esteja construída uma alternativa maioritária de esquerda. Como o PCP, não quererá ficar com o ónus de ter viabilizado um governo de direita (por não se ter entendido à esquerda), não lhe restará alternativa senão entender-se com o PS. Agora sim, para terminar, o apelo de Cavaco à consciência dos deputados (leia-se, rebelião da bancada parlamentar do PS) é ridículo, hipócrita e soa completamente a falso. Quando ele era presidente do PSD e primeiro-ministro de Portugal, os deputados laranja assinavam uma renúncia ao mandato aquando da elaboração das listas para o caso de começarem a pensar pela própria cabeça!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Boa ou má notícia?


No próximo dia 31 de Outubro, o asteróide 2015 TB145, com cerca de 470 metros de diâmetro, a viajar a uma velocidade anormalmente elevada (126 mil quilómetros por hora), deverá fazer uma tangente ao planeta (tangente, entenda-se, em termos astronómicos, dado que, segundo os cálculos, deverá passar a cerca de 500 mil quilómetros da Terra). Esta é a boa notícia, o asteróide não está em rota de colisão com a Terra. A má notícia é que, falhando o calhau espacial o alvo, Cavaco Silva vai ter mesmo de escolher Passos Coelho ou António Costa para formar governo e, perante a perspectiva de ter de empossar um governo com comunistas e bloquistas, Cavaco talvez preferisse que o asteróide acertasse na Terra. Não tenho a certeza, mas palpita-me que tal pensamento lhe passou pela cabeça!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Adeus Professor, olá Senhor Presidente?


Marcelo Rebelo de Sousa, fazendo jus à sua condição de professor, geriu com mestria o timing da apresentação da sua candidatura à Presidência da República. Escolheu o momento certo, e com a sua comunicação deve ter "secado" todo o espaço do centro-direita. Mesmo que as direcções do PSD e do CDS tenham dado liberdade de voto na primeira volta, não apoiando nenhum candidato, não faltam altos dirigentes dos dois partidos que já vieram a público manifestar o seu apoio a Marcelo. E, na minha opinião, face ao panorama saído das eleições legislativas, e face aos candidatos já anunciados, Marcelo Rebelo de Sousa é a pessoa mais indicada para ocupar o cargo de mais alto magistrado da Nação.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Casamento com separação de programas


O Presidente tinha todos os cenários estudados, logo também este. Passos Coelho forma um governo minoritário, sem qualquer hipótese de maioria parlamentar, e derrubável em qualquer altura pela conjugação das vontades das esquerdas parlamentares, ou António Costa forma um governo minoritário, com o apoio dos restantes partidos de esquerda, ou em coligação com esses partidos, ficando refém deles. Seja qual for a solução, nenhuma delas corresponde ao legado que Cavaco gostaria de deixar ao país, um governo estável, coerente e consistente. De qualquer forma, o grande culpado deste imbróglio é o próprio Presidente que teimou em marcar as eleições para o período previsto na CRP quando todos os indicadores apontavam para uma futura composição da Assembleia da República pouco (ou nada, mesmo) propensa à conjugação de maiorias. E o tempo urge para o OE 2016! Entretanto, parece, que as negociações de António Costa à esquerda, tanto com o PCP como com o BE, estão num impasse que tornam difícil a apresentação de um acordo em tempo útil ao Presidente da República.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Assunto arrumado


Com a formalização da candidatura à Presidência da República por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio deverá ter perdido espaço de manobra, tanto mais que a dupla Passos-Portas começa a olhar Marcelo com outros olhos. Não só Marcelo aparece muito bem posicionado nas sondagens (admite-se até, como possível, uma vitória na primeira volta), como, caso formem governo, terão pensado que, sendo um governo minoritário, convém ter um Presidente da República da "mesma família". Mas como em tudo na vida, quando se fecha uma porta, abre-se uma janela. E a janela de Rui Rio poderá ser o Tribunal de Contas, cujo presidente, Guilherme d'Oliveira Martins, acaba de anunciar a saída para a Gulbenkian.

PS-Entretanto, Rui Rio já fez saber, em artigo publicado ontem do Jornal de Notícias, que não será candidato a Belém. Só que o trabalho já estava feito e... agendado, pelo que decidi manter a publicação. Apenas mudei o título de E agora Rio? para Assunto arrumado.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

PREC (Processo de Reuniões em Curso)


A corda ainda não rebentou, mas está quase no limite. Passos Coelho cansou-se do PREC (Processo de Reuniões em Curso) e diz que para ele chega de reuniões a fingir. Acha que o PS anda a piscar o olho à esquerda e à direita, sem que realmente se pretenda comprometer seja com quem for. Aparece nas reuniões de mãos a abanar e sai das mesmas a dizer que a coligação não entrega os elementos pedidos. Uma coisa parece certa. Um observador que desconhecesse o resultado das eleições poderia pensar que Costa é que as tinha ganho, tal a roda viva em que anda.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Exclusivo


Depois do desastre eleitoral do Livre, Rui Tavares e Ana Drago adoptaram medidas drásticas para saldar as dívidas da campanha. Seguindo as pisadas de Joana Amaral Dias, aceitaram fazer uma produção ousada para a revista Cristina, cuja capa revelamos em primeira mão.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

E agora Cavaco?


Afinal Cavaco Silva fez bem em reservar o dia 5 de Outubro para reflexão, faltando às comemorações da implantação da República. É que, provavelmente, o cenário "vitória minoritária da direita, sem mais nenhum apoio parlamentar, e governo minoritário socialista, viabilizado por comunistas e bloquistas", ainda não estava suficientemente estudado pelo Presidente. Este cenário, ainda há pouco tempo digno de um conto de fadas, parece cada vez mais em cima da mesa, isto a avaliar pelos resultados dos encontros que António Costa vem mantendo com o Partido Comunista e com o Bloco de Esquerda. Ao que parece, tanto bloquistas como comunistas, estão dispostos a colocar entre parênteses as questões de fundo que dividem os partidos (euro, NATO, Tratado Orçamental, renegociação da dívida, etc) e viabilizar um governo cujo programa seja baseado no programa eleitoral do PS. Até a coligação PàF (PSD e CDS), que tão mal disse do programa do PS durante a campanha, já encontrou mais de 20 medidas socialistas que estão dispostos a adoptar!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O dia seguinte (VI)


E os outros? Tirando o deputado eleito do PAN (Pessoas-Animais-Natureza), nenhum outro partido, para além dos já representados, elegeu qualquer deputado para a Assembleia da República. Aparentemente, em Portugal, a novidade não parece ser muito apetecida. Quanto ao deputado do PAN, o "milagre" talvez tenha acontecido pela feliz coincidência de o dia das eleições ter acontecido no Dia Internacional do Animal, dia 4 de Outubro.

sábado, 10 de outubro de 2015

O dia seguinte (V)


Marinho e Pinto chegou à política como um meteoro e arrisca-se a desaparecer da mesma forma. De acordo com as suas palavras, uma derrota do PDR seria não eleger nenhum deputado, o que, efectivamente, se viria a verificar. É a vida!

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O dia seguinte (IV)


O camarada Jerónimo, na declaração que fez acerca dos resultados eleitorais, conseguiu ver a árvore, mas não a floresta. Ressalvou a perda da maioria absoluta da coligação PàF, acentuou a composição maioritariamente de esquerda do Parlamento, esquecendo que, a avaliar pelo que tem acontecido até hoje, é uma maioria puramente aritmética sem qualquer hipótese de entendimento para formar um governo. E, muito convenientemente, esqueceu o Bloco de Esquerda que se tornou na terceira força política com assento parlamentar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O dia seguinte (III)


Por incrível que pareça, o Bloco de Esquerda causou mais erosão à coligação do que o próprio PS. Uma campanha notável, um resultado espantoso com crescimento em todos os concelhos e duplicação do número de deputados, um desempenho na melhor tradição da sua homónima, imperatriz russa, Catarina, a Grande. Em suma, Catarina Martins é o exemplo vivo de que uma mulher não se mede aos palmos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O dia seguinte (II)


Assaltou o poder dentro do PS com o argumento de que as vitórias do PS não poderiam ser por poucochinho. Com ele é que as coisas andariam e, nos primeiros tempos, assim pareceu. Mas rapidamente começou a perder embalagem. Depois uma campanha inqualificável, tantos os erros cometidos, selou definitivamente a sorte do PS. Uma derrota, impensável, que deixou os socialistas em choque. Agora é tudo uma questão de mais ou menos tempo (na minha opinião menos do que mais) até o partido lhe calçar um par de patins. Quem se deve estar a rir a bandeiras despregadas é António José Seguro.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O dia seguinte (I)


Quatro anos de cortes de pensões e salários, cortes de apoios sociais, encerramento de serviços públicos, falências em massa, taxa de desemprego nunca vista, flexibilização das leis laborais, um aumento de impostos como ninguém algum dia sonhou, empobrecimento generalizado da população, é um cenário que condenaria um qualquer governo em funções a uma pesada derrota eleitoral. Um qualquer, não. Em Portugal o cenário era este e, mesmo assim, o governo ganhou as legislativas. Mérito da coligação, indubitavelmente, mas sobretudo demérito do(s) adversário(s), que é, como quem diz, do PS liderado por António Costa. Não haja dúvidas, as legislativas portuguesas de 2015 vão transformar-se num case study dos cursos de Ciências Políticas por esse mundo fora.

domingo, 4 de outubro de 2015

Duas faces


Celebra-se hoje o Dia Internacional do Animal. A data foi escolhida em 1931 numa conferência de ecologistas em Florença (Itália). A escolha do dia teve em consideração o facto de o dia 4 de Outubro ser o dia de S. Francisco de Assis, o santo protector dos animais. A imagem acima retrata uma (triste) realidade deste mundo, o abandono de animais de estimação. Mas também há exemplos (notáveis) de retribuição da lealdade incondicional dos nossos amigos, como o da imagem abaixo, em que vemos o dono de Schoep (nome do cão) mergulhado num lago com o cão nos braços para lhe proporcionar algum conforto (o cão sofria de artrite e as águas mornas do lago acalmavam-lhe as dores ao ponto de ele adormecer nos braços do dono).


Street art


sábado, 3 de outubro de 2015

Última ceia ou primeiro jantar?


Muito sinceramente, neste momento, a poucas horas da abertura das urnas, não sei se esta é a última ceia (da legislatura que agora termina) ou o primeiro jantar (da próxima legislatura). De qualquer forma, estamos a viver um momento único, impensável ainda há meia dúzia de meses, mesmo pelo mais crente dos crentes. Aliás, todo o período de campanha eleitoral foi surreal. Se um marciano aterrasse em Portugal e começasse a prestar atenção à campanha, julgaria que o partido que estava no poder era o Partido Socialista (PS). Passou-se 15 dias a discutir o programa de governo do PS como se estas eleições fossem para referendar a sua acção governativa. Mais, a coligação PàF (PSD-CDS) deu-se ao luxo de fazer toda a campanha sem apresentar nenhuma proposta ao povo português, sem discutir o que quer que fosse acerca do futuro, na expectativa de que o povo lhes passe um cheque em branco. E o mais espantoso, a acreditar nas últimas sondagens, é que a estratégia parece ter funcionado!

Que se lixem as eleições (Parte II)


Ou deuses devem estar loucos


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Uma campanha alegre (IX)


Dúvidas presidenciais


Ainda há poucas horas, Cavaco Silva, independentemente dos resultados das eleições do próximo dia 4 de Outubro, já sabia o que iria fazer. Agora precisa de reflectir e, ao que parece, reservou o dia 5 de Outubro para essa reflexão, motivo pelo qual não comparecerá às comemorações da implantação da República. Será a primeira vez que um presidente da dita (república) não comemorará a sua implantação. Quando Cavaco marcou as eleições já sabia que a seguir ao dia 4 de Outubro viria o dia 5 de Outubro e que, salvo um quarto milagre de Fátima, ninguém ganharia com maioria absoluta. É caso para dizer o que ele, Cavaco Silva, enquanto primeiro-ministro, disse, há 21 anos, acerca do então presidente, Mário Soares: "Vamos ajudar o Senhor Presidente da República a terminar o seu último mandato com dignidade".