sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A Comissão Europeia faz mais um excêntrico


Hoje Durão Barroso cessa funções como presidente da Comissão Europeia. Ainda não sabendo o que fará a seguir (tem uma única certeza: "De fora, seguramente, está a hipótese de um regresso à vida política activa"), Durão Barroso, com a idade de 58 anos, admitiu, recentemente, "não estar mal de convites". Caso os leitores do jornal britânico Daily Mail tenham lido estas palavras, terão perguntado, espantados, a si próprios, convites para quê? É que de acordo com o referido jornal, Barroso abandona Bruxelas com uma pensão vitalícia de 132.000 euros por ano (11.000 euros por mês). Para além da pensão receberá ainda um subsídio de transição e de reintegração, durante um período máximo de 3 anos, cujo montante varia entre 40% e 65% do salário anual de presidente da Comissão Europeia, no seu caso cerca de 306.000 euros por ano (isto é, qualquer coisa como de 122.000 a 200.000 euros por ano). Como a vida custa a todos, Barroso tem ainda direito a um salário extra de 25.000 euros, mais despesas de deslocação. Percebes agora porque é que Durão Barroso abandonou "a toda a brida" a chefia do governo português para abraçar o cargo de Presidente da Comissão Europeia?

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Calendário Pirelli


O calendário Pirelli, apesar de contar com mais de 50 edições, continua a ser um acontecimento mundial. E a edição de 2015 não foge à regra. Conhecido por publicar fotos de algumas das mais esculturais modelos (por exemplo, Isabeli Fontana ou Adriana Lima), a edição de 2015, da responsabilidade do fotógrafo Steven Meisel, é, sobretudo, notícia por incluir, pela primeira vez, fotos de uma modelo XL, no caso, a norte-americana Candice Huffine. Espera-se que a edicão do próximo ano, fotografado em Nova Iorque e com lançamento previsto para o próximo mês, não seja sensivelmente maior (ou mais pesado) do que as edições anteriores!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Revolução


Pedia-se renovação, Fernando Santos, na esteira dos grandes revolucionários da História, operou uma autêntica revolução: Acabou com uns tantos lugares cativos, chamou os proscritos, baralhou e deu de novo. O ensaio (apesar da derrota) nem foi muito mau, mas até aos 15 minutos de jogo, se tudo continuasse como até aí, adivinhava-se uma catástrofe. O jogo a sério foi uma sorte. Quando já ninguém parecia acreditar na vitória, Quaresma e Ronaldo tiraram um coelho da cartola. Adivinha-se um longo trabalho pela frente do novo seleccionador.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Armada Invencível


O actual FC Porto, com um balneário a falar maioritariamente espanhol, parece a Armada Invencível de Filipe II. Imponente de nome (leia-se, contratações e massa salarial), dentro de campo, demasiadas vezes, é só tiros de pólvora seca. Pinto da Costa não parece ser grande adepto de "chicotadas psicológicas", mas, a continuar tudo como até aqui, não se adivinha grande futuro ao treinador do FC Porto, o espanhol Julen Lopetegui. Para começar, passado todo este tempo, ainda não construiu um onze base. Aliás, é tão difícil adivinhar o onze inicial do FC Porto como a chave do euromilhões! Começa, também, a ser incompreensível a (quase) completa marginalização de Ricardo Quaresma, mesmo nas situações em que a equipa está a precisar desesperadamente de um "passe de mágica" para desatar situações de impasse (e têm sido muitas!). E se dúvidas houvesse, o "Cigano" encarregou-se de as desfazer na última jornada da Liga dos Campeões.

domingo, 26 de outubro de 2014

Cheque em branco


Uma sondagem recente coloca o PS (de António Costa) no limiar da maioria absoluta. O que, na minha opinião, é surpreendente na medida em que António Costa ainda só disse que vinha (e não ao que vinha). Tirando alguns lugares-comuns, Costa ainda não explicou em que é que o PS é diferente do PSD (e do CDS), qual a sua visão para o país. A única explicação (razoável) para um tal cheque em branco, é a imensa vontade dos portugueses em ver Passos e companhia pelas costas.

sábado, 25 de outubro de 2014

(Outra) mentira descarada


Não foi anunciado, com pompa e circunstância, a saída da troika em Maio deste ano e o fim do PAEF (Plano de Assistência Económica e Financeira)? Não era este (orçamento para o próximo ano) o primeiro orçamento pós-troika? Pelos vistos, não e não. Apesar de não ser nada de novo, a facilidade (e o descaramento) com que esta gente mente não cessa de surpreender!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Mentira descarada


Ainda a propósito da lei do orçamento para o próximo ano, o governo fez questão de "bater o pé" à troika e, em vez dos 2.5% de défice como estava acordado, resolveu inscrever 2.7%, evitando dessa forma nova subida de impostos. Isto é o que reza a propaganda oficial, a qual, como sempre, não passa de (mais) uma mentira descarada. Não mexer no IVA ou no IRS (ou, até, descer o IRC) não é sinónimo de não agravamento da carga fiscal. Aliás, no caso do orçamento para o próximo ano, há efectivamente agravamento. Para começar, aumentam os impostos especiais sobre o consumo. Depois há a introdução da "fiscalidade verde" (não cria ou aumenta impostos, mas cria (ou aumenta) taxas o que, em termos práticos, para os bolsos das pessoas, é exactamente a mesma coisa). Por último, mas não menos significativo, acaba com a cláusula de salvaguarda do IMI o que vai representar um verdadeiro rombo na carteira de muitas famílias.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O prometido é devido


Paulo Portas prometeu, Paulo Portas cumpre. Em 2015 haverá desagravamento do IRS. Com o aumento do salário mínimo de 485 euros para 505 euros, em vigor desde 1 de Outubro deste ano, a sobretaxa de IRS diminui automaticamente porque este imposto extraordinário de 3.5% incide, unicamente, na parte do vencimento que ultrapassa o valor do salário mínimo. Portanto, há 20 euros (a mais) de rendimento que ficam isentos da sobretaxa. Feitas as contas, o desagravamento fiscal será de sete euros por ano, ou seja, 50 cêntimos por mês! Confesso, estou com alguma dificuldade em decidir o que fazer com esse dinheiro. Provavelmente vou seguir o conselho do meu banco, abrir um plano poupança-reforma! Entretanto, soubemos pela boca do próprio, que Portas não ficou especialmente desagradado com a promessa de devolução da sobretaxa do IRS. Cá para nós, que ninguém nos ouve, esta promessa vale tanto como a sua irrevogável demissão no Verão passado.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Contabilidade criativa


O governo de Passos Coelho foi acusado, todos estes anos, de não ter um pingo de criatividade. Ano após ano, as medidas foram sempre as mesmas (corte de rendimentos e aumento de impostos, com os resultados que todos conhecem). Pois bem, agora que apresentou a sua última proposta de orçamento, este governo resolveu dar azo à imaginação. Se tudo correr bem no próximo ano, este governo compromete o próximo a devolver, em 2016, parte do que este roubar (perdão, cobrar) em 2015! Ainda que ninguém tenha definido o que se deverá entender por "correr bem", eu arrisco uma clarificação: Não chover, nem um dia, durante o próximo ano.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Inimaginável


Durante anos e anos, a Portugal Telecom (PT), para além de uma montra de tecnologia, foi uma autêntica "máquina de fazer dinheiro", de uma solidez à prova de bala. Alguém imaginar a PT em dificuldades, era um cenário de ficção científica manhosa. E no entanto, ontem, a PT valeu (em bolsa) menos do que o empréstimo que fez à Rioforte! A pergunta que se impõe é, como é que isto foi possível sob o reinado de Zeinal Bava, um dos mais reputados gestores da área de telecmunicações a nível mundial. E a resposta é Brasil, e a fusão com a Oi, uma empresa de quinta categoria, tecnologicamente ultrapassada e fortemente endividada. Alguém (ou "alguéns") terá ganho muito dinheiro com este negócio ruinoso. E pior, parece que o governo português nada fará para salvar a PT de um naufrágio mais do que certo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Cantiga desafinada?


O Presidente da República é capaz de passar meses "sem abrir o bico" mesmo perante os maiores disparates. Mas, de vez em quando, não resiste a emitir a sua opinião professoral. Vem isto a propósito da clarificação que resolveu fazer a propósito de quem pagará eventuais perdas da resolução do BES. Segundo ele, "Há uma coisa que tem sido dita nos últimos dias e está completamente errada. Que pela via da redução dos lucros da CGD, os contribuintes podem vir a suportar custos pela resolução do BES. Se fosse assim, teríamos de dizer que quando uma família ou empresa não paga empréstimos, então os contribuintes também estavam a suportar um custo. Ou quando a CGD contribui para o fundo de garantia de depósitos ou dá um donativo ou concede um empréstimo bonificado, está a lançar um custo sobre os contribuintes. Ter-se-ia que dizer que toda a despesa da CGD é um custo para o contribuinte. Não faz qualquer sentido". Ficamos mais descansados, Senhor Presidente, ou não seja o senhor o homem que nunca se engana e que raramente tem dúvidas. Mais uma vez, obrigado, pois, pelas suas palavras, este assunto não lhe merece a mais ténue dúvida, mas, já agora: Desta vez tem mesmo a certeza ou falou com base na informação disponível? Não é por nada, mas ainda me lembro das suas palavras acerca da solidez do BES poucos dias antes da resolução do banco e... das explicações (atamancadas) que se lhe seguiram!

domingo, 19 de outubro de 2014

O senhor que se segue!


As ondas de choque da resolução do banco BES não param de atingir pessoas. O último caso é o de Carlos Queiroz, ex-seleccionador português, que, de acordo com as suas declarações, andou a trabalhar "para aquecer". Nas suas exactas palavras, "Pelos padrões de vida que tenho, são mais de quinze anos da minha reforma que desapareceram de um dia para o outro". O senhor que se segue!

sábado, 18 de outubro de 2014

Mata sete, esfola dez


O constante "disparar" sobre tudo o que mexe do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, não me parece que seja uma boa estratégia. Se era compreensível quando iniciou funções, por uma questão de afirmação pessoal e de afirmação do clube no panorama nacional, hoje, para além de não se justificar, perdeu eficácia. O seu discurso já não encontra eco, nem sequer nos adversários visados. Complexo de Édipo mal resolvido?

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Zeinal foi, Oi já era, PT está indo


Foi mas, de acordo com o jornal brasileiro Valor Económico, receberá, a título de indemnização, 5.4 milhões de euros em 36 parcelas de 150.000 mil euros. Ainda segundo o mesmo jornal, Zeinal Bava recebeu, entre remunerações e prémios, 50 milhões de euros durante a sua trajectória na Portugal Telecom e processo de fusão com a Oi. Como é que um homem, ainda tão novo, se vai "aguentar" nos (ainda muitos, espera-se) anos de vida que tem pela frente?

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Erros privados, custos públicos


O que começou por ser apresentado como não tendo custos para os contribuintes, jurado a pés juntos que acabou o tempo de os contribuintes suportarem custos com os erros de gestão de privados, dito e redito que, a haver perdas, elas seriam suportadas pela banca, afinal pode não ser bem assim. Como já todos adivinharam, estou a falar da solução encontrada para o BES. Após a ministra das Finanças, foi a vez de Passos Coelho admitir eventuais perdas a suportar pelos do costume: "Ninguém pode dizer que não haverá garantidamente qualquer prejuízo". A forma displicente como isto foi dito, contrariando, em absoluto, o que tinham dito dois meses antes, chega a ser insultuoso!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

As coisas que se dizem


Na prova oral do exame para comissário europeu prestada há alguns dias no Parlamento Europeu, Carlos Moedas afirmou a determinada altura: "Estive muitas vezes em desacordo com a troika". A frase necessita de uma pequena rectificação: Ele não esteve em desacordo muitas vezes, esteve em desacordo desde o início da implementação do programa de ajustamento. Com efeito, desde a entrada em funções do governo de que Carlos Moedas fazia parte, que foi decidido (e proclamado aos quatro ventos) ir para o infinito e mais além (leia-se, "ir para além da troika"). O que, diga-se em abono da verdade, para alguém que tanto contribuiu para asfixiar a investigação científica em Portugal, não será uma grande carta de recomendação para a pasta para a qual foi indigitado, Investigação, Ciência e Inovação.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

No mesmo citius (II)


Como a plataforma informática dos tribunais está parada no mesmo citius (e, ao que parece, assim permanecerá por tempo indeterminado), o governo viu-se na contingência de aprovar legislação que interrompe a contagem dos prazos nos processos "a banhos". Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem! Entretanto a ministra, em consequência deste marcar passo dos tribunais, tem aproveitado o tempo para praticar um pouco do que aprendeu em Lavores Femininos.

domingo, 12 de outubro de 2014

O grande livro das mentiras


Depois de ter dito no Parlamento que nenhum professor seria "prejudicado" pelos erros do Ministério da Educação no processo de colocação de contratados, Nuno Crato regressou à Assembleia da República para explicar que nunca tinha afirmado o que todos, deputados, jornalistas e professores, tinham entendido na altura (e nunca desmentido ou rectificado). "Todas as minhas afirmações na altura têm de ser lidas com atenção e interpretadas dentro do quadro legal. Os professores mantêm-se, disse. Mantêm-se até às novas listas de colocação corrigidas, que tacitamente revogam as anteriores. É a lei". Afinal tudo não passou de um mal-entendido! E o pior é que muitos dos portugueses (supostamente) melhor qualificados (deputados, jornalistas, professores), têm de voltar aos bancos da escola primária para aprender os tempos verbais e respectivo significado!

sábado, 11 de outubro de 2014

Estratégia 2.0


A Liga dos Campeões continua a não ser objectivo para o Benfica. No sentido de evitar as lamúrias dos adeptos na época passada (não ter assegurado a qualificação para os oitavos de final, mesmo tendo conquistado 10 pontos na fase de grupos), Jorge Jesus, este ano, resolveu adoptar uma estratégia diferente: Continuando a jogar para a não qualificação, o Benfica vai tentar fazer zero pontos na fase de grupos evitando-se, dessa forma, as lamúrias de adeptos e simpatizantes.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Com pis


Na última jornada da Liga dos Campeões (jogo contra o Chelsea em Alvalade), Rui Patrício foi um autêntico desmancha-prazeres. Defendeu tudo o que era defensável, quase estragando a noite a José Mourinho, e recebeu, no final do jogo, um cumprimento especial do treinador português. Na conferência de imprensa Mourinho escusou-se a reproduzir, textualmente, as palavras que lhe dirigiu, argumentando que a frase levaria muitos pis. Com pis, o cumprimento terá sido algo do género " Fod... (pi), Rui, que noite do car... (pi). Quase ma ias estragando, grande filho da p... (pi)".

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

No mesmo citius


Em Junho de 2013 a Procuradoria-Geral da República emitia um comunicado segundo o qual "O Ministério Público no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa intentou acção administrativa especial na qual peticiona, para além do mais, a declaração de nulidade do acto de atribuição de licenciatura a Miguel Relvas". De então para cá, a menos que eu tenha andado muito distraído, continua tudo no mesmo citius. Não é por nada, mas Miguel Relvas, tendo casado novamente, foi pai de uma menina em Maio deste ano e, caso veja o seu título académico anulado, pretende concluir a licenciatura antes da sua filha!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mais do mesmo


Ao que parece, vamos ter um PS (de António Costa) de combate. Segundo o jornal Público, António Costa já decidiu - o PS vai votar contra o Orçamento de Estado para 2015. O que me parece espantoso e um mau sinal. Espantoso porque a proposta ainda não é conhecida. Logo, votar contra o quê em concreto? Mau sinal porque, a ser assim, vamos ter mais do mesmo. Se o governo diz sim, o PS diz não, independentemente de quaisquer outras considerações. Ao que tudo indica a ideia é marcar a discussão da proposta de orçamento com uma oposição frontal e demarcar o PS da imagem de ter feito uma oposição dócil nos últimos anos. Percebe-se a necessidade de afirmação da nova liderança do PS, mas, faltando poucos dias para a apresentação da proposta, seria mais inteligente esperar para ver. Depois, logo se veria.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

(Mais um) tiro no submarino


Não foram apenas os cinco membros da família Espírito Santo, que tinham representação no Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES), que receberam cinco dos cerca de trinta milhões que foram pagos à Escom por serviços de consultoria no negócio dos submarinos. Houve uma sexta pessoa que também ganhou uma fatia dessa comissão, escreveu o jornal i. Durante uma reunião do Conselho Superior, Ricardo Salgado terá afirmado: "Deram-nos cinco a nós e eles [os administradores da ESCOM] guardaram quinze". E continuando, "E vocês têm todo o direito de perguntar: Mas como é que aqueles três tipos [Helder Bataglia, Pedro Ferreira Neto e Luís Horta e Costa] receberam quinze milhões? A informação que temos é que há uma parte que não é para eles. Não sei se é ou não é. Como hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta… Os tipos garantem que há uma parte que teve de ser entregue a alguém em determinado dia". Relembrando, o negócio da compra dos dois submarinos pelo Estado português à Man Ferrostaal, em 2004, está a ser investigado há mais de oito anos. Até à data, foram constituídos arguidos no processo os três gestores da ESCOM, por suspeitas de corrupção activa, tráfico de influências e branqueamento de capitais. Ainda não se conseguiu descobrir o rasto do dinheiro, apesar de existirem suspeitas [por parte do Departamento Central de Investigação e Acção Penal] de que um total de 1.1 milhões de euros, provenientes da comissão paga à ESCOM, tenha sido depositado nas contas do CDS-PP, entre 27 e 30 de Dezembro de 2004. Entretanto, terminada a comissão de inquérito parlamentar, pode ler-se no relatório elaborado pela deputada social-democrata Mónica Ferro que "Dos trabalhos da Comissão não se retirou qualquer prova ou sequer indício de cometimento de ilegalidades pelos decisores políticos e militares nos concursos analisados". Terão os parlamentares da comissão de inquérito e os investigadores do DCIAP lido os mesmos documentos e ouvido as mesmas testemunhas? Bom, deixando de lado esta minha dúvida existencial, uma coisa parece-me óbvia, os alemães não brincam em serviço. Os submarinos estão realmente muito bem construídos! Tantos tiros e ainda não afundaram!

domingo, 5 de outubro de 2014

PDR


No discurso da cerimónia comemorativa do 5 de Outubro na manhã de hoje, o Presidente da República falou da necessidade de uma "cultura de compromisso" entre os agentes políticos que garanta a estabilidade e a governabilidade e que contrarie os riscos de uma "implosão do sistema partidário". Marinho e Pinto, partilhando preocupações idênticas, lança hoje (espera-se) o seu novo partido, o Partido Democrático Republicano (PDR). Pode ficar descansado, Senhor Presidente. Cheirando a poder, o PDR, certamente, estará aberto a compromissos. E, chegado ao poder (se e quando isso acontecer), tudo fará pela estabilidade governativa.

Problema virtual


A Segurança Social (SS) está com problemas de sustentabilidade? Sim e não. Entendamo-nos. Sempre que o governo tentou cortar reformas e pensões, o grande argumento utilizado foi o de garantir a sustentabilidade futura do sistema. Quando se tratou de actualizar em 20 euros o valor do salário mínimo nacional (SMN), a SS abdicou de parte das receitas em detrimento da assinatura do acordo com os parceiros sociais. Confuso? Nem por isso. Bem vistas as coisas, já estamos em campanha eleitoral. Quando se começou a falar de actualização do SMN (em vésperas das eleições europeias), algumas confederações patronais, concordando com a medida, desde logo colocaram em cima da mesa a necessidade de contrapartidas. Segundo essas confederações uma actualização de 50 ou 60 cêntimos/dia (o valor agora acordado representa cerca de 67 cêntimos por dia) seria incomportável para a maioria das empresas. Isto ao fim de 3 anos de congelamento do valor do SMN! Pois bem, o governo, numa perspectiva puramente eleitoralista, decidiu comparticipar nessa actualização: Até 31 de Dezembro de 2015, para todos os contratados a receber o SMN à data da entrada em vigor da medida (1 de Outubro de 2014), as empresas beneficiarão de uma redução da TSU de 0.75%, cerca de 3.8 euros. Como estamos a falar de um período de 15 meses e de várias centenas de milhar de trabalhadores abrangidos, o "rombo" será de milhões de euros. E nem sombras do problema da sustentabilidade...

sábado, 4 de outubro de 2014

Critérios de selecção


Pergunta - Qual o critério (ou critérios) para a escolha do governador do Banco de Portugal (BdP). Resposta - Ser cego, completamente cego, parece-me ser o principal critério de selecção. Digo isto porque, depois do caso BPN, não se compreende o caso BES (estes são, apenas e tão só, os mais mediáticos, mas os problemas da banca portuguesa eram mais ou menos gerais). Em abono da minha tese, ficamos recentemente a saber pela boca de Mário Draghi que foi graças ao BCE que o BdP percebeu os problemas do BES. Nas suas palavras, "O BCE disponibilizou à entidade supervisora [Banco de Portugal] melhores padrões, contribuiu para o esforço da troika para formular melhores critérios de análise e foi graças a esses melhores padrões que a autoridade supervisão portuguesa pode identificar os problemas no BES".

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Defeito de fabrico


Para o Presidente da República, o chamado caso Tecnoforma, envolvendo o Primeiro-Ministro, está encerrado. Segundo ele, o Primeiro-Ministro prestou todos os esclarecimentos necessários no local apropriado. Não admira que ele pense assim. Se nos lembrarmos dos "casos" em que esteve envolvido, também ele, Cavaco Silva, esclareceu tarde e de forma (muito) pouco convincente!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Game over


A mais recente polémica em que José Mourinho se viu envolvido está relacionada com Talisca, jogador brasileiro contratado esta época pelo Benfica. Tudo começou quando Mourinho, elogiando o atleta brasileiro, referiu que "Se tivesse licença de trabalho estaria em Inglaterra" (em Inglaterra há algumas limitações à contratação de estrangeiros que não sejam internacionais). Jorge Jesus não gostou do que ouviu e respondeu ironicamente: "Talisca é um jovem e se o Benfica chegou primeiro mais uma vez demonstra que tem qualidade naquilo que faz. Para mim, pelos jogos que fez no Brasil, conheciam tanto o Talisca como eu conhecia o D'Artagnan". Não teve de esperar muito tempo pelo troco. "Vou ser mais explícito, para os menos inteligentes perceberem claramente: o Benfica tem uma boa estrutura de observação com gente que eu conheço bem, tem um presidente que, "chapeau", tem a capacidade de dar ao seu treinador a possibilidade de ter bons plantéis e bons jogadores. Não gostei de um colega de profissão ter duvidado das minhas palavras que, para além disso, foram comentários positivos", respondeu Mourinho. E, continuando,"Mas fico contente por perceber que ele lê Alexandre Dumas. Ao contrário de mim que, sinceramente, com a vida que tenho, e por estar a trabalhar fora de Portugal há tanto tempo, limito-me a ler quando posso a gramática portuguesa, que é para um dia não me acusarem de andar aos pontapés com ela". Game over.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Habemos seleccionador


Finalmente, saiu fumo branco da chaminé da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Fernando Santos foi o escolhido. Não que isto signifique o fim das discussões. Bem pelo contrário, cá na terra uma decisão não costuma ser o fim de uma discussão, mas sim o seu início. O escolhido tem nome, curriculum, trabalho feito. Um verdadeiro general que estava sem tropas. Tudo seria perfeito, não fosse um pequeno detalhe: Fernando Santos está castigado 8 jogos (o castigo ainda não é definitivo), pelo que não poderá orientar a equipa durante toda a fase de qualificação para o Europeu 2016. Mas isso é um problema que não preocupa a FPF. Em sua substituição, sentar-se-à no banco Ilídio Vale, treinador-adjunto. Daí a pose descontraída do novo seleccionador: Como não pode sentar-se no banco durante os jogos, Fernando Santos aproveita para matar o vício.