A necessidade da propaganda oficial (portuguesa e comunitária) ter um caso de sucesso (vulgo, saída limpa) no caso português do programa de assistência económica e financeira era tão grande, que os problemas em vez de resolvidos foram empurrados para a frente. A bronca do BES ainda rebentou durante o consulado Passos-Portas. A do Banif rebentou já com António Costa. O Banif foi vendido ao Santander Totta por 150 milhões de euros. A venda, anunciada pelo Banco de Portugal, inclui "a actividade do Banif e da maior parte dos seus activos e passivos". Quando comunicou a compra à CMVM, o Santander sublinhou, porém, que os litígios ficam fora do negócio. Alguém (nós, contribuintes, é claro) os pagará! Historiando, foi no final de 2012 que o Estado injectou 1.100 milhões no Banif, ajuda enquadrada na linha de recapitalização do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal. O Estado tornou-se o maior accionista do banco, mas os accionistas privados continuaram a controlá-lo (!!!). Posteriormente, em Dezembro de 2014, a Comissária Europeia da Concorrência, Margrethe Vestagen, enviou uma carta a Maria Luís Albuquerque alertando para a necessidade de reestruturar o Banif rapidamente. Nessa carta a comissária referia "Já passou um longo período de tempo desde a aprovação temporária da medida de auxílio, e o plano de reestruturação submetido continua a levantar dúvidas acerca da sua viabilidade", escrevia Vestagen. A comissária acrescenta, ainda, saber o motivo que levara ao atraso em encontrar uma solução para o problema do Banif: "Isto foi motivado por considerações de estabilidade financeira, e mais recentemente por considerações de não perturbar a saída do país do Programa de Assistência Financeira". Vestagen alerta ainda para a possibilidade de ser aberto um inquérito da Comissão Europeia para investigar os atrasos na resolução do Banif, caso não fosse entregue um plano viável para o banco até Março de 2015. Apesar disso, nem o plano foi entregue, nem o inquérito foi aberto!
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