terça-feira, 30 de julho de 2013

Negócio da china


Ainda sem se perceber como é que o BPN foi comprado por 40 milhões de euros pelo BIC, este último já apresentou ao Estado facturas na ordem dos 100 milhões de euros relacionadas com "contingências" decorrentes do acordo de compra e venda celebrado em Março de 2012. Ao que consta, o acordo prevê responsabilidades contingentes, a suportar pelo Estado português, relativas a litígios anteriores à transacção, até ao limite de 158 milhões de euros. Segundo as Finanças, o Estado já assumiu, por conta das responsabilidades emergentes acima referidas, cerca de 22 milhões de euros. E segundo o presidente do BIC, os pedidos de reembolso não se ficarão por estes 100 milhões de euros!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Informação insuficiente


Se perdas potenciais de mais de 10 milhões de euros por dia não era informação suficiente para fazer tocar todas as campainhas de alarme das Finanças, pergunto - Que mais informação seria necessária para atacar, desde logo, o problema?

domingo, 28 de julho de 2013

Começar com o pé esquerdo


"Continuo a dizer que não minto e que aquilo que disse continua a ser verdade", afirmou recentemente a ministra das Finanças numa comissão de inquérito parlamentar, a propósito dos contratos "swap". Contudo o anterior governo tinha conhecimento da situação desde a tomada de posse, mesmo que essa informação não tivesse sido passada pelo executivo Sócrates (o que foi desmentido tanto por Carlos Costa Pina, Secretário de Estado do Tesouro, como por Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, ambos do governo Sócrates). Sabe-se agora que Pedro Felício, à data Director Geral das Finanças, enviou três e-mails à então Secretária de Estado do Tesouro (actual Ministra das Finanças), alertando para a situação. No primeiro e-mail, datado de 29 de Junho de 2011, refere perdas potenciais de 1.294 milhões de euros. Um mês depois, em 26 de Julho, dá conta de perdas de 1.549 milhões de euros. Em 1 de Agosto, as perdas já ascendiam a 1.646 milhões de euros. Pelo que fica a pergunta - O que terá acontecido para o Governo, dois anos e 1.500 milhões de euros de perdas depois, ter acordado subitamente para o assunto, supostamente por iniciativa de Vítor Gaspar?

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A crise vista... pelos protagonistas


Ainda haverá quem ande a pensar se houve perdedores na recente crise política. Pois bem, ainda que o país tenha perdido, ouvindo os protagonistas ficamos a saber que todos ganharam - Passos e Portas continuarão a governar (e de que maneira o segundo!), o Presidente deu um murro na mesa, mostrando quem manda, e Seguro, ao não ceder, segurou o partido.

sábado, 20 de julho de 2013

Concordamos em discordar


Não houve acordo. Nada de verdadeiramente inesperado. O contrário é que seria verdadeiramente extraordinário. O que o PR deveria ter feito, a par do pedido da missão impossível aos três partidos, era encomendar um milagre a Nossa Senhora de Fátima. Com intermediação divina, talvez, repito, talvez, os pastorinhos tivessem chegado a algum tipo de acordo, mesmo que fosse só para Merkel ver.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Querer e fazer


Em 2011, PPC, à data candidato a PM, acusava o Governo socialista de pretender tornar mais fáceis e mais baratos os despedimentos. Se era verdade, nunca o fizeram, quanto mais não seja, porque foram corridos. De então para cá, PPC, na qualidade de PM, já reduziu as indemnizações em caso de despedimento por duas vezes: Numa primeira fase para 20 dias por cada ano de trabalho e mais recentemente para 12 dias, em ambas as situações até ao limite 12 vezes o salário auferido. Para não falar das restantes alterações à legislação laboral. Segundo a OCDE, Portugal foi, de longe, o país que mais facilitou os despedimentos nos últimos anos, mesmo mais do que a Grécia. E, convém lembrar, muitas mais medidas estão na calha, nomeadamente, as referentes aos trabalhadores da administração pública.

sábado, 13 de julho de 2013

PPP (Palavra de Paulo Portas)


Afinal a tal fórmula encontrada por Passos Coelho e Paulo Portas para manter a actual maioria no Governo parece não ter agradado ao Presidente da República. O que, no mínimo, mostra que o Presidente não acredita em "juras de amor eterno". Por outro lado, a solução proposta esbarra com a realidade - nas actuais circunstâncias, formar um Governo (de salvação nacional) com os três partidos do chamado arco da governabilidade, é uma missão (quase) impossível. E com tudo isto, o tal (novo) Governo de pesos pesados, parcialmente desvendado por Passos Coelho na comunicação ao país, e que seria liderado por Paulo Portas, mesmo que avance, já não faz sentido: Não tem a confiança do Presidente!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Consolidação orçamental


O Governo alemão exige aos seus parceiros da União Europeia que mantenham uma política de austeridade em vez de apoiar iniciativas destinadas a incentivar o crescimento, afirmava, recentemente, o jornal "Der Spiegel", citando um documento interno do Ministério das Finanças alemão.

terça-feira, 9 de julho de 2013

O acordo


O acordo não vale o papel onde foi escrito e mostra, pelo menos, três coisas: (1) Pedro Passos Coelho é o pior (leia-se, mais impreparado) PM da história da democracia portuguesa. (2) Paulo Portas não passa de um garoto mimado, sem palavra e sem nenhum sentido de Estado. (3) Actualmente, haver ou não haver Presidente da República é a mesma coisa. Deu posse a uma ministra de um Governo que já não existia e prepara-se, ao que tudo indica, para entregar o destino do país a dois irresponsáveis.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Missão cumprida


Portugueses, melhor povo do mundo

É de consciência tranquila que apresentei a minha demissão ao senhor Primeiro-Ministro. Sinto que a minha missão chegou ao fim. Se há algum imposto que não foi aumentado nestes dois últimos anos, foi por distracção ou desconhecimento da sua existência. Como, em consciência, não acredito nessa hipótese, achei que tinha chegado o momento de regressar ao BCE e continuar a minha vida.

Com a mais elevada consideração,

Vitor Gaspar

terça-feira, 2 de julho de 2013

O número do sucesso: 10.6%!


Segundo o INE, as contas públicas registaram um défice de 10,6% no primeiro trimestre do ano. Os 700 milhões de euros com que o Estado entrou no capital do Banif foram considerados despesa. Mas, verdade seja dita, mesmo sem os 700 milhões de euros do Banif, o défice situar-se-ia nos 8,8%, o valor mais elevado desde o segundo trimestre de 2011, que é como quem diz, mesmo antes da troika ter desembarcado em Lisboa!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Receita de geometria variável


O texto acima faz parte de um recente relatório do FMI sobre os cortes orçamentais nos EUA. É mais do que evidente que a economia portuguesa não é comparável à americana. Contudo não deixa de ser hilariante comparar esta análise com a receita defendida pelo mesmo organismo para Portugal. O que assusta lá, é o que se propõe para cá!