sábado, 28 de dezembro de 2013

A cantiga é sempre a mesma!


A cantiga (de Natal) é sempre a mesma! Para o ano é que é, ou, na versão 2013, "o melhor está para vir". O problema deste optimismo (crónico) é que, de tantas vezes repetido, já haverá muito poucas pessoas que ainda lhe atribuam algum crédito. Por outro lado, o "conto de Natal" do PM não tem tido nenhuma ligação à vida (real) das pessoas. Enfim, como é usual, uma cantiga feita de verdades, meias verdades e algumas mentiras.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O fim do protectorado


O relógio do Portas, inaugurado com pompa e circunstância na sede do CDS, só tem um "problema" - está adiantado 15 (ou mais) anos!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O banana do ano


O PM achou "um bocadinho estranho" o discurso a duas vozes do FMI a respeito dos efeitos da austeridade a mata cavalo. O que é estranho é que ele só se tenha apercebido disso no final do ano e, ainda mais estranho, que o Governo português nunca tenha explorado essas divergências de discurso.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O pesadelo


Ainda alguém se lembra do PREMAC (Programa de Redução e Melhoria da Administração Central) aprovado em Conselho de Ministros em Julho de 2011? Durante uns meses serviu para propagandear o corte das famosas "gorduras do Estado", e depois, misteriosamente, eclipsou-se. O mistério foi agora desvendado pelo Tribunal de Contas (TC). Segundo o TC, o plano foi apenas aplicado a 16% do universo da administração e mesmo esta fatia foi sobreavaliada. Os impactos financeiros são desconhecidos, sendo mesmo possível que venha a ocorrer um aumento da despesa (!!!). A redução dos cargos de dirigente ficou-se por metade do propagandeado. A redução dos organismos também ficou muito aquém (o plano previa uma redução de 40% nas estruturas de nível superior da administração, mas, até 31 de Março, não tinha ido além dos 19%) do previsto.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Tem de haver consequências!


Ao mesmo tempo em que Christine Lagarde, directora-geral  do FMI, assumia publicamente que o desenho do programa de ajustamento para Portugal foi mal desenhado (os efeitos (perversos) da austeridade estão a ser muito mais penalizadores do que o estimado), os lacaios da troika afirmavam, em Lisboa, perante os parceiros sociais, que o programa era para cumprir tal como tinha sido delineado. Como? Então em que é ficamos? Um discurso esquizofrénico como este tem de ter consequências! Uma vez que o FMI assumiu (mais uma vez) os seus erros, que tal descontar 75% dos juros do empréstimo concedido a Portugal? Bem vistas as coisas, o erro é deles e os erros pagam-se!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A última lição do doutor?


Na petição entregue em tribunal, o Ministério Público (MP) defende que o grau académico concedido a Miguel Relvas deve ser anulado. Para além das irregularidades anteriormente detectadas, o MP acrescenta as equivalências concedidas a cadeiras que não existiam no ano em que Miguel Relvas se inscreveu. Ao que parece, os dias de doutor de Miguel Relvas estarão a terminar.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Disco riscado


As avaliações passam, mas o discurso é sempre o mesmo: cortar, cortar, cortar. Agora estão na mira os trabalhadores do sector privado, nomeadamente energia, banca e telecomunicações. E Subir Lall, chefe de missão da troika, até já deixou o aviso - caso haja novos chumbos do Tribunal Constitucional,as medidas de substituição serão mais gravosas do lado da receita, como a subida de impostos.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Semper fi


"Quem retira Passos Coelho da liderança [do partido] são os eleitores, não são os barões. E para isso terão de ser eleitos".

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O bom samaritano


Sempre a trabalhar em prol dos mais pobres e desfavorecidos. Em 2014, as pensões dos mais pobres dos pobres serão aumentadas em 8.5 cêntimos/dia. A bica ao domingo, depois do almoço, fica paga!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

(Mais uma) subida encapotada


O Governo pretende reduzir as "disparidades tarifárias entre interior e litoral", promovendo a harmonização dos preços no sector das águas com a agregação dos serviços municipais. Esta harmonização irá traduzir-se "num agravamento da tarifa no litoral e um desagravamento no interior" promovido pela agregação das diferentes empresas municipais. O resultado final (prometido para 2014) é fácil de prever: por cada cêntimo de desagravamento no interior, a água subirá dez cêntimos no litoral!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

(Mais um) erro de casting!


Ditos, desditos e não ditos, avanços e recuos, eis a história (triste) de um ministro que, antes de o ser, parecia saber daquilo que falava (e escrevia). A trapalhada da prova de avaliação dos professores contratados é o último exemplo do desnorte que impera no reino da educação. Afinal Crato não passa de (mais um) erro de casting de Passos Coelho!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Restauração da independência


"Quando prescindimos sem pestanejar de uma data tão importante como a da Restauração da Independência, estamos a mostrar aquilo em que nos fomos transformando: um país quase sem memória, dirigido por uma classe que vive numa bolha". (Ricardo Costa)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O grande livro das mentiras


Esta mentira, nem à força de mil vezes repetida, se torna verdade. As contas são do Negócios online: mais de 61 mil milhões de euros, é esse o peso (acumulado) das medidas de austeridade implementadas ao longo dos últimos quatro anos, dos quais oito em cada dez euros saíram dos bolsos das famílias!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Hall of fame português


O Tribunal Constitucional (TC) deixou passar a lei das 40 horas. Confesso que tenho alguma dificuldade em compreender o jargão linguístico do TC. Do que li, entendi o seguinte: apesar do TC pensar que esta lei constitui uma "óbvia diminuição do salário/hora", e de estarmos em presença de uma "diminuição salarial", o TC entendeu que a redução salarial não se traduziu numa "redução real dos meios colocados à disposição do trabalhador" (...) "uma vez que a quantia pecuniária recebida se mantém na mesma". Donde, no entendimento do tribunal, "a perda salarial real limita-se à remuneração do trabalho suplementar". Por último, mas não menos importante (e, sobretudo, preocupante), segundo o acordão "não consta da Constituição qualquer regra que estabeleça" (...), "de forma directa e autónoma, uma garantia de irredutibilidade dos salários". Continuando, "O que se proíbe, em termos absolutos, é apenas que as entidades empregadoras, públicas ou privadas, diminuam injustificadamente o quantitativo da retribuição, sem adequado suporte normativo". Em síntese, aceitamos porque a redução salarial é mais virtual do que real e, ao contrário do que as pessoas pensam, desde que o choradinho seja bem feito, até aceitamos reduções salariais mais reais do que virtuais, o que, por mero acaso, até é uma das medidas do OE para 2014!

Nota - Segundo o Jornal de Negócios, o Tribunal Constitucional viabilizou, desde 2011, 7.7 mil milhões de euros de medidas de austeridade, o que corresponde a 82% do valor das propostas que lhe foram submetidas. E com este número lá cai mais uma das mentiras do Governo. O problema dos falhanços sucessivos do Governo não está no TC (ou qualquer outra força de bloqueio), mas sim no modelo de ajustamento seguido.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

OE 2014-Roubo consumado


Ao contrário do seu homólogo inglês, que roubava aos ricos para dar aos pobres, Robin Coelho prepara-se para, mais uma vez, roubar aos pobres para dar aos ricos.

sábado, 23 de novembro de 2013

O número mágico


Apesar de todo o alarido, a Comissão Europeia (CE) utilizou o número mágico (a taxa de juro de 4.5% referida por Rui Machete) para fazer a análise da sustentabilidade da dívida pública portuguesa no fecho das 8ª e 9ª avaliações. O que Bruxelas verificou foi que a dívida é sustentável com aquela taxa de juro a dez anos, desde que o PIB português cresça, nominalmente, entre 3.5% e 4% ao ano. Como, tirando os crentes, com o que se perspectiva para 2014 e para 2015 (e anos seguintes), ninguém vê como isso será possível, talvez não haja forma de escaparmos a um segundo resgate.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Recado dado


A Comissão Europeia (CE) aceita que Portugal não cumpra a meta do défice para este ano em virtude da injecção de capital do Banif. Contudo, não aceita qualquer derrapagem nas contas provocada pelo Tribunal Constitucional para o próximo ano. De acordo com Olli Rehn, "Caso o tribunal declare inconstitucionais algumas medidas do OE 2014, esperamos [CE] que o Governo português redesenhe essas medidas ou que as substitua por outras de impacto semelhante". E para 2015, mais 1700 milhões de euros de novas medidas de austeridade (para quem já esqueceu, em Maio deste ano, na carta dirigida à troika, Passos Coelho prometia cortes para 2015 na ordem dos 473 milhões de euros centrados em cortes nos consumos intermédios) centradas, maioritariamente, no lado da despesa, o que, face ao que tem acontecido, será sinónimo de novos cortes nas reformas, pensões, salários ou apoios sociais. O recado está dado!