sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Quem pára Donald Trump?


Parece cada vez mais certo que Donald Cowboy Trump irá ser o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, o que, caso vença a corrida para a Casa Branca (Hillary Clinton ainda aparece nas intenções de voto em primeiro lugar, mas a distância tem vindo a encurtar), não será uma boa notícia para a paz. Caso Trump venha a ganhar a corrida para a Presidência dos EUA e caso a nova política externa norte-americana adopte o actual discurso do candidato (mal-humorado, excessivo, sarcástico, irascível e tantas vezes xenófobo), será de esperar tudo menos o desanuviar das tensões que proliferam um pouco por todo o lado.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Uma esmolinha


Segundo o DN, Maria de Belém já terá pago, a título pessoal, 200 mil euros das dívidas contraídas na campanha eleitoral e que totalizam cerca de 500 mil euros. Ela, e os seus apoiantes, ainda esperam que o PS tenha um "assomo de dignidade" e assuma parte da dívida como fez no passado com Manuel Alegre. Mas como isso não é certo, há que fazer pela vida!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A batalha da Inglaterra


David Cameron e a União Europeia chegaram a acordo para a permanência do Reino Unido na UE. O acordo prevê uma série de excepções para os britânicos (nas palavras de Cameron, "Este acordo cumpriu os compromissos que assumi no início deste processo. O Reino Unido estará permanentemente fora de uma união mais estreita, nunca fará parte de um super-Estado europeu, haverá duras novas restrições no nosso sistema de segurança social para os migrantes da União Europeia, o Reino Unido nunca vai aderir ao euro e vamos garantir protecções vitais para a nossa economia"), conferindo-lhes um estatuto ainda mais especial do que o que gozam actualmente. Até aqui nada de novo. O Reino Unido, desde os tempos da Dama de Ferro, sempre esteve com um pé dentro e outro fora da UE. Selado o acordo, Cameron desde logo adiantou que estão criadas as condições para fazer campanha pelo sim no referendo marcado para Junho próximo. E será aqui que se vai iniciar a verdadeira batalha da Inglaterra. Há ministros do governo em funções que declararam ir fazer campanha pelo não. Se nem o governo está de acordo acerca da permanência do Reino Unido na UE (o mesmo se diga relativamente ao Partido Conservador), o que esperar do eleitorado britânico, imprevisível e com largas faixas populacionais de eurocépticos? Só mesmo esperando pelos resultados!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

E agora Costa?


O recente aumento do ISP foi o maior aumento do imposto sobre os combustíveis desde 2000, mas o Governo tem procurado desvalorizar o seu impacto nos preços finais. Começou pelo discurso da neutralidade fiscal, em que a subida do imposto petrolífero servia para compensar a queda de cobrança no IVA dos combustíveis. Num segundo momento, correspondente à decisão de agravar a subida do imposto, foi garantido pelo Primeiro-Ministro que os preços finais dos combustíveis ficariam ao nível de Dezembro de 2015.  Ao mesmo tempo, deu a entender que o imposto poderia descer caso o preço do petróleo subisse. Recentemente, a Rússia, Arábia Saudita, Venezuela e Qatar resolveram congelar a produção de petróleo para os níveis de Janeiro deste ano, o que teve como efeito imediato a subida dos preços do petróleo. A promessa mantém-se ou, para variar, mantém-se, desde que não haja quebra nas receitas fiscais?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Crónica de uma morte anunciada


As notas de 500 euros (que em Portugal nunca entraram em circulação) podem ter os dias contados. Segundo Mario Draghi, presidente do BCE, a hipótese está a ser "ponderada". A explicação para tal foi dada pelo próprio Draghi. Segundo ele, "Há uma convicção crescente de que notas de elevada denominação são, também, usadas para actividades ilegais" (até aqui nada de novo, sempre foi assim e, muito provavelmente, sempre assim será) e que a nota de 500 euros, em particular, está "cada vez mais, a ser vista como um instrumento para o financiamento de actividades ilegais". Realmente, pensando bem, pagar uma Kalashnikov com "trocos" será algo que qualquer terrorista (ou aspirante a) evitará a todo o custo!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Agricultura urbana


A Venezuela, apesar de estar sentada em cima de jazidas de petróleo imensas, vive uma crise económica e social sem precedentes. Com excepção do petróleo, falta tudo - alimentos, medicamentos, água nas torneiras, energia eléctrica. O povo venezuelano, mesmo que ande com sacos de dinheiro às costas, não tem onde o gastar. E o que faz o presidente para minorar o sofrimento do povo? Cria um novo ministério, o Ministério da Agricultura Urbana, anuncia uma nova era de produção e pede aos cidadãos que comecem a produzir os seus próprios alimentos. Nas suas palavras, "Em todos os edifícios de apartamentos qualquer um pode ter um pomar, produzir limões, tomate, pimenta e criar galinhas". Se os venezuelanos levarem à letra as palavras do presidente, num futuro não muito distante, um viajante que desembarque em Caracas depara-se com as varandas dos edifícios da cidade transformadas em hortas, pomares ou galinheiros! Simplesmente anedótico!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Apanhados com as calças na mão!


A propósito do novo ISP (Imposto sobre os Produtos Petrolíferos), que, supostamente, só entraria em vigor com o OE 2016, um amigo meu, tentando demonstrar-me que, a haver aumento de impostos, o aumento do ISP tinha sido uma boa escolha (na perspectiva de que poderia não vir a ter grande impacto na vida das pessoas), dizia: "Caso o petróleo continue a descer, o aumento do imposto, quando entrar em vigor, pode até não ter expressão nenhuma, ou quase nenhuma, no preço final". Pois bem, António Costa também deve ter ouvido a nossa conversa e, vai daí, manda publicar, à socapa, em Diário da República, uma portaria a actualizar o valor do imposto, portaria essa para entrar em vigor no dia seguinte ao da sua publicação!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Plano B


Que a proposta de orçamento português para este ano foi recebida num clima de desconfiança generalizada (com os alemães à cabeça), não há dúvida. Basta pensarmos nos rasgados elogios feitos pela chanceler alemã ao trabalho "impressionante" de Passos Coelho ou então nas recentes declarações do Ministro das Finanças alemão. E a desconfiança é tão grande que, mesmo antes do Plano A (leia-se, orçamento) estar em execução, o governo português tem de preparar um Plano B para o caso de a execução orçamental não correr conforme esperado.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Lagartos tamanho XL


Já foram dragões terríveis que impunham respeito (e temor) onde quer que fossem. Actualmente não passam de lagartos, de tamanho imponente, mas mais macios do que seda, sempre com uma explicação na ponta da língua para suavizar os fracassos. Algures, em tempos ainda não muito distantes, perdeu-se a mística e o ADN que durante tantos anos foram marcas distintas das equipas de futebol do FC Porto.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

É Carnaval, ninguém leva a mal!


José Eduardo Martins, ex-secretário de Estado e ex-deputado do PSD resolveu, neste Carnaval, fantasiar-se de prisioneiro em memória do seu recente "quid pro quo" com a Justiça. A história conta-se em poucas palavras. José Eduardo possui uma casa em Grândola que foi assaltada (pela quarta vez). Apresentou queixa na polícia. Posteriormente foi convocado pela polícia para confirmar as declarações que tinha prestado, mas esqueceu-se e não compareceu. Ao faltar, a Justiça não esteve com meias medidas: Multa de 204 euros e dois agentes em casa para o levarem preso por ordem do tribunal!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

OE 2016: Filho de pai incógnito ou orfão de pai e mãe?


Mário Centeno, em entrevista ao Expresso, afirmou, a propósito do OE 2016, "este não é o cenário fiscal que eu queria". Por outras palavras, a "criança" não é de ninguém. Não é de Mário Centeno, que não se revê no recém-nascido, não é do BE, que só vê o que negociou com o PS, nem do PCP que faz o mesmo que o BE. Até a Comissão Europeia, que obrigou a uma série de medidas adicionais de austeridade, não assume nenhuma responsabilidade. Em suma, o filho não é de ninguém (ou será de todos ainda que ninguém assuma a paternidade?).

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Read my lips: No more taxes!


A frase é de George H. W. Bush, à data candidato à Presidência dos Estados Unidos, e, ao que tudo indica, tal como o ex-presidente norte-americano, também António Costa vai engolir as palavras. Para quem pretendia iniciar um novo ciclo, a coisa dificilmente poderia correr pior!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O labirinto de Costa


A elaboração do Orçamento de Estado (OE) para 2016 está a revelar-se um autêntico labirinto, cheio de becos sem saída, para o governo. Bruxelas não aceita as contas, BE e PCP torcem o nariz a mais austeridade. As subidas de impostos anunciadas numa primeira fase não chegam. Cumprir as promessas eleitorais está a revelar-se difícil. Todos ladram e rosnam. Espera-se que, desta vez, a factura não venha parar aos mesmos!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Orçamento Photoshop


Toda a gente sabe o que é o Adobe Photoshop, o melhor programa de edição de imagens. Com o Photoshop pode fazer-se tudo: colocar pessoas onde nunca estiveram, adicionar objectos aos sítios mais inesperados, alterar cores, formas, enfim, com o Photoshop, o céu é o limite. Pois bem, o orçamento português para 2016 parece estar a ser feito com o Photoshop. Tira um bocadinho ao IVA, acrescenta uns pozinhos aos salários e ao ISP, mexe no PIB e nas exportações e vamos lá ver o que dá. O resultado não agrada a ninguém (BE, PCP, UE)? Não há problema. Continuemos com o exercício até o resultado ser satisfatório!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Definitivo (temporariamente) ou temporário (definitivamente)?


Esta parece ser a grande questão em torno das dúvidas da Comissão Europeia relativamente ao OE 2016. Segundo António Costa, o governo anterior terá induzido Bruxelas em erro ao dar a entender que medidas como a sobretaxa ou os cortes dos vencimentos seriam estruturais (definitivas) e não temporárias. Todos estarão lembrados que as medidas foram apresentadas como definitivas (no sentido de que iriam entrar em vigor), mas que seriam de natureza temporária. Isso foi, repetidamente, dito pelo governo anterior, havendo até, no caso dos cortes nos vencimentos, acordãos do Tribunal Constitucional no sentido de que apenas os permitiriam, temporariamente, em nome da excepcionalidade da situação das finanças públicas. Logo, é, no mínimo, insólito ouvir que toda a discussão em volta da natureza temporária das medidas tenha passado despercebida a Bruxelas e que a Comissão Europeia estaria convencida de que se tratava de reformas estruturais de natureza permanente. Nem uns (governo português), nem os outros (Comissão Europeia) são estúpidos. Mas parece que todos acham o povo português uma cambada de estúpidos!