Tio Patinhas

Cansado de contar dinheiro, Belmiro de Azevedo, aos 77 anos de idade e mais de 50 anos depois da sua entrada na então denominada Sociedade Nacional de Estratificados, abandona todos os cargos de direcção no Grupo Sonae. Mas, de acordo com uma fonte do grupo, citada pelo Público, "não vai ficar quieto e o país irá ficar a ganhar". Ficamos a aguardar as novas aventuras do Tio Patinhas.

De momento, apenas candidato

O milagre das rosas

A partir de agora deixa de ser possível dizer que PS e PSD é a mesma coisa. Em Setembro/Outubro próximos, data das legislativas, vai ser possível optar entre vias completamente diferentes. Pela primeira vez, as políticas defendidas por um e pelo outro partido estão separadas por anos-luz. Enquanto uns defendem cofres cheios, outros preferem bolsos cheios, enquanto uns dizem "pague agora, receba depois" os outros afirmam "receba agora, pague depois". O documento apresentado pelo PS é uma espécie de milagre das rosas. A despesa é certa, a receita logo se vê. Se a previsão de crescimento do Programa de Estabilidade, apresentado pelo Governo, era optimista, a do PS é delirante. Há riscos externos, ignorados por ambos os documentos, relativamente aos quais não somos tidos nem achados, que podem comprometer todas as contas. Apenas três exemplos: fim do programa de compra de dívida pelo BCE, preço do petróleo e cotação do euro face ao dólar. Não é por acaso que se diz que os economistas existem para dar credibilidade aos meteorologistas!

Mais do mesmo

Parafraseando Odorico Paraguaçu (personagem da telenovela O Bem Amado interpretada por Paulo Gracindo), Passos Coelho e Portas, "botando de lado os entretantos e partindo prós finalmente", anunciaram a coligação dos respectivos partidos às próximas eleições legislativas. Quanto ao anúncio da coligação, nada de inesperado. Concorrer isoladamente, seria um autêntico suicídio político. Coligados, acalentarão, ainda, a ténue esperança de uma vitória. De surpreendente, e a revelar um profissionalismo digno de registo, a data escolhida para o anúncio, o dia 25 de Abril.

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In memoriam

Fúria germânica

O FC Porto olhou para o pomar, apalpou a "fruta" e achou que estava madura e pronta a ser colhida. A primeira colheita até nem correu nada mal. O 3-1 da primeira mão, ainda que não permitisse embandeirar em arco, prometia alguma tranquilidade. O problema foi o segundo jogo. Abateu-se uma tempestade de tal ordem sobre o FC Porto que a equipa portuguesa andou, literalmente, a "ver navios" durante a primeira parte. Cinco golos sofridos em 25 minutos ilustram bem o que aconteceu. Como se já não bastasse a fúria germânica, o treinador do Porto resolveu "inventar", o que também não ajudou em nada.

O combate dos chefes

O PSD aspira a governar sozinho. O desabafo de Passos Coelho, numa reunião social-democrata, caiu mal no parceiro de coligação. Contudo está consciente que o PSD, actualmente, não vale isso. Parece evidente que, concorrendo isoladamente, PSD e CDS entregam o poder ao PS. E, mesmo coligados, não chegarão para ultrapassar o PS (mas já estiveram mais longe!!!). Pelo menos é isso que as sondagens indicam. Face a este cenário, o que se esperaria é que os dois partidos se entendessem e anunciassem a coligação o mais rapidamente possível. Aliás, é essa a opinião de muitos comentadores. Sendo assim, o que estará a impedir o anúncio da coligação? Muito provavelmente, a elaboração das listas. Paulo Portas, sabendo que Passos Coelho não tem alternativa, estará a exigir mais lugares elegíveis do que o CDS valerá em termos de votos. Ou então, o CDS, não acreditando na vitória da coligação, estará a preparar-se para formar governo com o partido mais votado, ou seja, muito provavelmente, com o PS.

Cantas bem mas não me alegras!

O Governo português apresentou recentemente o PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) a Bruxelas para o período 2015-2019, o qual parece ser, em grande parte dos cenários traçados, um autêntico acto de fé. Exemplos? Apenas um. No que toca às previsões de crescimento do PIB, o governo estima 1.6% para este ano, 2% em 2016 e 2.4% nos três anos seguintes. Seria um autêntico milagre, tendo em conta o historial de crescimento da nossa economia. Para além disso, as perspectivas de crescimento da economia mundial para os próximos anos são pouco mais do que medíocres, o que torna o cenário ainda menos realista.

Onze contra onze e no fim nem sempre ganham os alemães!

Nem o mais crente dos adeptos portistas sonharia ser possível o FC Porto estar a ganhar por 2-0 ao Bayern de Munique aos 10 minutos de jogo. E no entanto, na passada quarta-feira, foi exactamente isso o que aconteceu. Ainda nada está decidido e, mais logo, o jogo será completamente diferente. Os alemães vão entrar com tudo, tentando anular a desvantagem na eliminatória o mais rapidamente possível. De qualquer forma, ao contrário do que se costuma ouvir, para a História ficou "onze contra onze e no fim nem sempre ganham os alemães"!

Só não vale tirar olhos

Imagina a seguinte situação: Resolves passar uns dias fora. Na viagem paras num restaurante para almoçar, almoças, pedes a conta com número de contribuinte, pagas e segues viagem. Uns tempos mais tarde és notificado pelas Finanças para penhora dos pagamentos futuros àquele restaurante (!!!) porque ele tem dívidas fiscais. Surreal? Nem por isso, neste país está a acontecer a muito boa gente!

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Bússola avariada

Não há folgas para diminuir a carga fiscal que incide sobre os trabalhadores, mas, ao que parece, há para os empregadores. O discurso justificativo é interessante, ainda que o governo não o aceite para outras situações (por exemplo, a diminuição do IVA na restauração). Desagravando a TSU para os empregadores, as empresas passam a contratar mais gente, o que compensará o decréscimo de receitas da Segurança Social. Como se a decisão de contratar ou não dependesse, sobretudo, dos custos do trabalho! Como afirmou Manuela Ferreira Leite "Nunca ouvi nenhuma organização patronal queixar-se dos encargos com o pessoal. Estamos num país onde é possível contratar um engenheiro por 500 euros. Não me venham dizer que são os encargos com o pessoal que estão a estrangular as empresas". Para além deste falso problema dos custos com pessoal, com o mercado interno estagnado (leia-se, com os portugueses sem dinheiro no bolso) e as exportações com pouca margem de crescimento (Portugal exporta, essencialmente, para a Europa e as perspectivas de crescimento da economia europeia, para os próximos anos, são bastante cinzentas), produzir mais só se fosse para exportar para a Lua ou para Marte! A bússola do PSD está mesmo avariada...

Colinho

Só para génios (Parte II)

Das 10 datas apresentadas, os dias variam entre 14 e 19, sendo que o dia 18 e o 19 aparecem apenas uma vez. Se o dia de aniversário da Iolanda fosse a 18 ou 19, então o Bernardo saberia a data correcta, uma vez que a Iolanda lhe disse qual o dia dos seus anos. Mas porque é que o Alberto afirma que o Bernardo não sabe? Se a Iolanda disse ao Alberto que o seu mês de aniversário é Maio ou Junho, então é possível que o seu aniversário seja a 19 de Maio ou 18 de Junho. Isto significa que o Bernardo pode saber quando é que a Iolanda faz anos. O facto de o Alberto afirmar que o Bernardo não sabe, significa que a Iolanda lhe disse que o seu mês de aniversário é em Julho ou em Agosto. Inicialmente, o Bernardo não sabe qual a data de aniversário da Iolanda, mas porque é que a descobriu depois do Alberto ter dito que sabia? Das cinco datas restantes em Julho e Agosto, os dias variam entre 15 e 17, sendo que o dia 14 aparece duas vezes. Se a Iolanda tivesse dito ao Bernardo que o seu dia de aniversário é a 14, então ele não saberia. Já que ele sabe, então o dia do aniversário da Iolanda não é a 14. Assim sendo, sobram três datas possíveis: 16 de Julho, 15 de Agosto e 17 de Agosto. Depois de o Bernardo dizer que sabe qual a data, o Alberto afirma que, sendo assim, também sabe. Se a Iolanda tivesse dito ao Alberto que o seu mês de aniversário é Agosto, ele não saberia a data, já que existem duas possíveis. Assim sendo, o aniversário da Iolanda é a 16 de Julho.

Só para génios (Parte I)

A Iolanda nasceu num dos seguintes dias: 15, 16 ou 19 de Maio, 17 ou 18 de Junho, 14 ou 16 de Julho, 14, 15 ou 17 de Agosto. Sabe-se que ela contou a dois amigos, o Alberto e o Bernardo, o mês e o dia em que nasceu, ao Alberto o mês e ao Bernardo o dia. Diz o Alberto "Eu não sei quando é o aniversário da Iolanda e sei que o Bernardo também não sabe", ao que o Bernardo respondeu "No início não sabia, mas agora já sei", concluindo o Alberto "Então também já sei quando é o aniversário dela". E tu também sabes em que dia é o aniversário da Iolanda?

PS-Este problema foi colocado a miúdos de 14 e 15 anos nas Olimpíadas de Matemática de Singapura (Resposta amanhã).

O dogma

Mais uma vez, a respeito da hipotética antecipação das eleições legislativas, Cavaco Silva afirmou que "seria mais negativo antecipar as eleições". Assim, sem mais nada, sem nenhuma explicação que o demonstre. Aparentemente, para o Presidente o período, constitucionalmente consagrado, para as eleições é um dogma, uma verdade absoluta e inquestionável que não necessita de demonstração. Veremos... lá mais para o fim do ano!

Sem pernas para andar

A teoria "sem custos para os contribuintes" da solução adoptada para o BES tem cada vez menos pernas para andar. Ao que se vai sabendo, a melhor oferta para o Novo Banco é chinesa e cerca de mil milhões de euros inferior ao montante emprestado pelo Estado (isto é, por nós, contribuintes). De acordo com a propaganda oficial, no caso de o produto da venda ser inferior ao montante emprestado, quem terá de suportar a diferença será o conjunto da banca. Como não me parece que a banca nacional tenha alguma costela Santa Casa, não é difícil adivinhar o que vai acontecer. Seja qual for a via escolhida, os bancos acabarão por fazer reflectir o prejuízo nos seus clientes!

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Fatal como o destino

Não há dúvidas, Pedro Mota Soares não só ainda é membro do governo como é leitor deste blogue. Então não é que, devido aos seus prolongados "eclipses", sempre que alguém pergunta se ele é vivo ou morto (aqui), o Sr. Ministro, um ou dois dias depois, faz questão de aparecer a anunciar uma nova medida de apoio ao emprego ou à formação profissional. Desta vez a "(re)entrada em cena" foi para anunciar o pacote de formação para beneficiários do RSI.

Não percebe? O INE explica!

Recentemente Pedro Passos Coelho comentou que o INE deveria explicar convenientemente a revisão que fez da taxa de desemprego em Portugal (recorde-se, o INE reviu em alta a taxa de desemprego de Janeiro deste ano, passando-a de 13.3% para 13.8%). Como não houve alteração na metodologia de apuramento da taxa de desemprego, se Passos Coelho não percebeu (agora), muito provavelmente, nunca percebeu. Acontece é que no último ano o desemprego registou uma descida sistemática mês após mês. Agora que o desemprego começou a subir (nos últimos 4 meses o desemprego tem vindo a aumentar), é que o primeiro-ministro foi assaltado pelas dúvidas e resolveu pedir explicações!

Vida difícil

Tirando as receitas da Liga dos Campeões, a época desportiva do FC Porto tem sido para esquecer. Agora que o FC Porto parecia, claramente, em crescendo, "escorregou" na Taça da Liga. Quanto ao campeonato, ainda não estando perdido, a empreitada apresenta-se cada vez mais complicada à medida que as jornadas se esgotam, sem que o FC Porto aproveite, devidamente, os deslizes do Benfica. Parece inquestionável que o FC Porto tem o melhor plantel (conjunto de jogadores). Apesar disso não há forma de Lopetegui construir a melhor equipa. Como no próximo ano se adivinha uma sangria no plantel (muitos jogadores estão emprestados e poderão ser chamados aos respectivos clubes), o Porto poderá ter de enfrentar um segundo ano de experiências. Se o treinador se mantiver, a avaliar pelo que aconteceu esta época, só no último terço do campeonato é que o clube azul e branco terá a equipa estabilizada, o que poderá ser, novamente, tarde demais.

Descartável?

Pedro Ghost Soares

Pedro Mota Soares ainda faz parte do actual executivo? Melhor, Pedro Mota Soares ainda faz parte deste mundo? Se a resposta for sim, então o ministro incarnou o seu ego alternativo. Ainda não ouvimos da sua boca o mais leve comentário acerca da real dimensão do desemprego em Portugal. O que, diga-se, em abono da verdade, é muito característico da sua parte. Sempre que a taxa de desemprego baixa uma milésima ou as pensões são aumentadas em 10 cêntimos, temos ministro em todos os telejornais a explicar, detalhadamente, a acção governativa que permitiu alcançar um tal resultado. Fora isso, Pedro Mota Soares incarna o seu outro ego, Pedro Ghost Soares, e tenta passar, o mais despercebidamente possível, por entre os pingos da chuva sem se molhar.

Nem virtuosa, nem expansionista

Faz hoje 4 anos que Portugal se viu obrigado a pedir ajuda financeira internacional pela terceira vez. Na altura foi-nos "vendida" a teoria de que era preciso destruir para criar o "Paraíso na Terra". Apesar da saída do resgate ter sido um "sucesso", nem todas as medidas implementadas para por a economia a crescer funcionaram. Bem pelo contrário. Nestes 4 anos a economia portuguesa encolheu 6.5%, o desemprego atingiu níveis dificilmente imagináveis, a dívida não tem parado de crescer. Mas nem tudo são más notícias. Os juros encontram-se em mínimos históricos. Parafraseando Luís Montenegro, "o país está melhor, a vida dos portugueses é que não".

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O justiceiro

Manoel de Oliveira (1908 - 2015)

O melhor comentário

Agora que meio mundo já se pronunciou sobre a trapalhada "Paulo Núncio-Lista VIP", é chegada a hora de eleger o melhor comentário. E o primeiro lugar pertenceu, sem dúvida alguma, a Paulo Portas, como a imagem documenta. É verdade que, ultimamente, o vice-primeiro-ministro pouco tem parado em Portugal, mas podia ter aproveitado um tempinho entre voos para fazer o que sempre fez: Defender as suas causas ou os seus.

Nada de novo!

Se ela não estivesse agarrada ao poder como uma lapa, a foto apresentada estaria a documentar o arrumar da secretária para o "senhor(a) que se segue". Vem isto a propósito da chamada lista de pedófilos e a taxa de reincidência. Segundo a ministra, a taxa de reincidência é astronómica, rondando os 80% a 90%. Em abono desta tese cita um livro de um psicólogo clínico. Acontece que o próprio autor do livro não percebe onde a ministra leu o que afirmou estar escrito no livro, e os números oficiais falam de taxas de reincidência de cerca de 18%. Já estamos habituados a ouvir membros do governo mentirem, descaradamente, com todos os dentes que têm na boca, sem que nada aconteça. Os próprios não se enxergam e o primeiro-ministro nunca vê razões para para demitir seja quem for. Numa palavra, nada de novo!