segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Casamento com separação de programas


O Presidente tinha todos os cenários estudados, logo também este. Passos Coelho forma um governo minoritário, sem qualquer hipótese de maioria parlamentar, e derrubável em qualquer altura pela conjugação das vontades das esquerdas parlamentares, ou António Costa forma um governo minoritário, com o apoio dos restantes partidos de esquerda, ou em coligação com esses partidos, ficando refém deles. Seja qual for a solução, nenhuma delas corresponde ao legado que Cavaco gostaria de deixar ao país, um governo estável, coerente e consistente. De qualquer forma, o grande culpado deste imbróglio é o próprio Presidente que teimou em marcar as eleições para o período previsto na CRP quando todos os indicadores apontavam para uma futura composição da Assembleia da República pouco (ou nada, mesmo) propensa à conjugação de maiorias. E o tempo urge para o OE 2016! Entretanto, parece, que as negociações de António Costa à esquerda, tanto com o PCP como com o BE, estão num impasse que tornam difícil a apresentação de um acordo em tempo útil ao Presidente da República.

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