quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O milagre de Cavaco Silva


António Costa estava com algumas dificuldades internas para fazer passar um eventual acordo de governo com o PCP e o BE. Estava, já não está. Cavaco Silva, na mensagem ao país em que comunicou ter convidado Passos Coelho para formar governo, teve o condão de unir o PS em particular, e a esquerda em geral. O primeiro sinal está dado. Ferro Rodrigues foi eleito presidente da Assembleia da República. Para além disso, a Comissão Política do PS aprovou uma moção de rejeição ao governo (quando ele for apresentar o seu programa ao Parlamento) e mandatou Costa para prosseguir conversações à esquerda. Aparentemente, a comunicação de Cavaco teve o efeito exactamente contrário ao pretendido. Pacificou e uniu o PS em torno do seu líder e uniu a esquerda como nunca se tinha visto. O discurso da diabolização do PCP e do BE e o apelo à rebelião dos deputados do PS ficará, certamente, como o momento mais baixo do seu segundo mandato como Presidente da República, mandato esse que, diga-se em abono da verdade, não ficará na memória de ninguém, tantos e tão disparatados foram os episódios protagonizados por Cavaco Silva.

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