sexta-feira, 25 de julho de 2014

Coincidências ou... talvez não!


"É coincidência e subitamente temos uma justiça igual para todos, o que só me pode deixar optimista, ou é preciso um tipo cair em desgraça para aparecerem uns corajosos na PGR? Nunca gostei de Ricardo Salgado. Mas sei que este senhor nunca seria detido há um mês, mesmo quando em causa está uma investigação antiga. E isso diz qualquer coisa sobre nosso país" (Daniel Oliveira). Pelo mesmo diapasão afinaram outros: "Curiosamente, só é detido depois de deixar de ser presidente do BES e de o grupo [GES] ter entrado em falência" (Francisco Louçã), "Fica a ideia de que a justiça actua rapidamente quando as pessoas deixam de ser poderosas" (Ricardo Costa), "Enquanto foi presidente do banco tudo assobiou para o lado, ninguém se meteu com quem manda que o respeitinho é bonito e por cá o cultivamos com a manha da raposa. Quando cai no chão já não pode sequer ser notificado para comparecer, tem de ser preso para nos fazer de parvos" (José Eduardo Martins), etc. Segundo o expresso online, Ricardo Salgado, sabendo que ia ser presente ao juiz, ter-se-à oferecido para se deslocar ao tribunal pelos seus próprios meios. O pedido foi-lhe recusado. A justiça portuguesa, que só toca nos poderosos quando eles caem em desgraça, precisava de "mostrar" ao país que é cega e que perante ela todos são iguais. Caso aceitasse a oferta do ex-banqueiro, tudo passaria despercebido. Por isso, como diz José Eduardo Martins mais acima, uma notificação não era suficiente, há que mandar um carro à residência de Ricardo Salgado (as televisões agradecem) para o prender. De todo este processo retiro duas conclusões: (1) A primeira, presos em circunstâncias idênticas à de Ricardo Salgado já vimos antes e veremos mais certamente e (2) A coragem da PGR continuará a ser inversamente proporcional à distância que separa um indivíduo do chão. Bem faz Pinto da Costa que se prepara para deixar a presidência da SAD do FC Porto directamente para o cemitério!

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