quinta-feira, 24 de julho de 2014

Manada de elefantes


Foi formalizada a adesão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) depois de em Fevereiro passado, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos oito países lusófonos terem aprovado a entrada por considerarem que a antiga colónia espanhola cumpriu o roteiro previsto para os direitos humanos (!!!). Nesta antiga colónia espanhola a língua oficial é o castelhano. Os idiomas mais falados (fang e Pidgin Inglês) não são línguas oficiais. Mais recentemente foi decretado o francês e o português como línguas oficiais, ainda que estas duas últimas línguas não sejam faladas no território. Nesta perspectiva, como explicar que um país em que ninguém fale o português possa aderir à CPLP? Como, parece, que falar a língua portuguesa é irrelevante para a adesão à CPLP, depois da entrega de Macau à China, espera-se que o governo chinês decrete o português como língua oficial para que a China também possa aderir à CPLP. Como sintetizou Marcelo Rebelo de Sousa em Maio passado, "Não é um sapo, não é um elefante, é uma manada de elefantes que eu tenho de engolir". Faço minhas as palavras dele.

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