quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Donzela (im)pura


Miguel Macedo foi constituído arguido por suspeita de tráfico de influências e prevaricação no âmbito do caso vistos gold, tendo ficado sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência. Recordando, esta diligência ocorreu quase dez meses depois de Miguel Macedo se ter demitido do cargo de ministro da Administração Interna, com a explicação de que as notícias que o ligavam a vários arguidos do caso dos vistos gold tinham deixado a sua "autoridade política diminuída". Embora tenha então sublinhado também que pretendia "defender o Governo, a autoridade do Estado e a credibilidade das instituições", Miguel Macedo acabaria por assumir o lugar de deputado da Assembleia da República na bancada do PSD, obrigando as autoridades a pedirem o levantamento da sua imunidade parlamentar, para o constituir arguido. Afinal, ao que parece, a donzela não era tão pura quanto o fazia crer e a sua demissão, na altura elogiada e interpretada como uma bofetada de luva branca noutros membros do governo, nomeadamente, Paula Teixeira da Cruz, não passou de uma bravata inconsequente.

PS-Não deixa de ser curioso que, tendo sido levantada a imunidade parlamentar a Miguel Macedo há bastante tempo, só agora, em cima das eleições, é que ele tenha sido chamado pela justiça e constituído arguido. Coincidências...

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