sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Feito ao bife


O jornal Público avançou com uma possível explicação para o facto de Pedro Passos Coelho apenas ter declarado a exclusividade de funções como deputado no fim do mandato. Ele foi vice-presidente da bancada laranja na VII legislatura. Como tal tinha direito a um acréscimo de 15% não cumulável com qualquer outro benefício resultante da exclusividade de funções. Para além disso, sendo vice-presidente, nem sequer era obrigado a declarar a exclusividade para ter direito ao abono. Ora Passos Coelho sabia fazer contas e percebeu que 15% era mais do que 10%. Logo apenas declarou a exclusividade de funções no final da legislatura ao solicitar o subsídio de reintegração a que tinha direito por lei. Quando um político cai no radar da imprensa, das duas uma: (1) Ou "esvazia" as notícias desde logo, explicando clara e inequivocamente a situação ou (2) Refugia-se em meias palavras procurando ganhar tempo e, dessa forma, minimizar os "estragos". Passos Coelho optou pela segunda hipótese. Pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigasse o assunto. Ao fazer isto continuou a ser "cozinhado em lume brando" à medida que a imprensa continuou a investigar e a divulgar novos documentos. Aliás, este pedido à PGR é absurdo. A ter havido ilicitudes da sua parte, elas já prescreveram. Logo o que está em causa não é a questão legal, mas sim a idoneidade e a seriedade do actual primeiro-ministro. E quanto a isso, parece estarmos conversados!

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