sábado, 23 de maio de 2015

O Príncipe


Pedro Passos Coelho anda a ler os clássicos, nomeadamente O Príncipe de Maquiavel. Vem isto a propósito da comparação que fez entre o país que recebeu em 2011 e o que entrega em 2015. Afirmou ele, "(...) o objectivo que temos é o de vencer a doença, não é o de perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre ou têm dor, ou se gostam do sabor do xarope, ou se o medicamento que tomam lhes faz um bocado mal ao estômago. Quer dizer, se os efeitos secundários de todo o processo por que se passa valem ou não valem a cura". Por outras palavras, para Passos Coelho, os fins justificam os meios. Vale a pena reflectir um bocado sobre os "efeitos secundários" da terapia aplicada. O desemprego atingiu um nível estratosférico. Apesar de ter descido alguma coisa, continua elevadíssimo. A dívida ainda não parou de crescer. O consumo interno retraiu de tal maneira que o PIB deu um trambolhão de todo o tamanho. Agora, que a economia está a crescer, o crescimento é tão anémico que não há forma de as pessoas começarem a sentir os seus efeitos nos bolsos. Milhares de empresas falidas. O número de pessoas em risco de pobreza e exclusão não tem parado de crescer. Em suma, o país continua ligado à máquina.

Sem comentários:

Enviar um comentário