segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Ponto final


Em entrevista à última edição do Expresso, Cavaco Silva deixou muito claro que o calendário eleitoral é para cumprir. Segundo ele, "(...) O Presidente da República tem de respeitar a lei. (...) Se a Assembleia da República de 2014 pensa de forma diferente da de 1999 [ano em que a AR fixou a data para eleições legislativas entre 14 de Setembro e 14 de Outubro], então deve mudar a lei. Isto quer dizer que se a AR não mudar a lei eleitoral que aprovou em 1999, se não ocorrer uma grave crise política que ponha em causa a governabilidade, então as próximas eleições legislativas terão lugar em 2015, entre 14 de Setembro e 14 de Outubro. Ponto final". E nem sequer foi sensível à questão orçamental ou ao facto de naquele período estar com poderes limitados. Aliás, a sua resposta ao problema do orçamento foi, no mínimo, surreal. De acordo com o seu pensamento, "Portugal continua com um orçamento em vigor, o do ano anterior, por duodécimos, e, se calhar, até é positivo". Se bem entendo, na sua opinião, a questão do orçamento, pronto e aprovado para o ano a que diz respeito, é secundária. O que é surpreendente, se pensarmos na sua argumentação para não pedir a fiscalização preventiva dos orçamentos anteriores.

PS: Umas vezes com razão, outras nem por isso, o Presidente tem sido acusado de "andar com o governo ao colo". Já aqui ilustrei essa percepção por mais de uma vez. Nesta entrevista Cavaco dá (mais) alguns trunfos a quem assim pensa. Eram desnecessárias tantas "fisgadas" no Partido Socialista.

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