segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Efeito Pinóquio


Já não é a primeira vez (nem, muito provavelmente, será a última) que o FMI faz mea culpa da defesa da austeridade. O que o FMI veio agora dizer é que a mudança em 2010 para a consolidação orçamental foi "prematura" e teve como consequência retomas anémicas e de curta duração na Europa. Mas, convém não esquecer, o FMI é um "animal" estranho, em que a cabeça não comanda o corpo e a perna direita não caminha, conjugadamente, com a esquerda. Ainda a tinta do relatório do IEO (organismo de auditoria criado pelo FMI para avaliação das actividades e políticas do Fundo), responsável pela crítica da orientação seguida, não tinha secado e já a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, fazia distribuir um comunicado em que defendia que "a consolidação orçamental foi a melhor decisão tomada". Entretanto, o FMI puxou as orelhas ao governo português. Considera a subida do salário mínimo "prematura". Para além disso, não acredita nas previsões do governo para 2015 inscritas na proposta de orçamento de Estado. Para os magos de Washington, o défice em 2015 vai deslizar para 3.4% pela simples razão de que o crescimento português será inferior à estimativa do governo.

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