sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Balbúrdia total


A reforma do IRS recentemente apresentada pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, foi anunciada como não se destinando a cobrar mais imposto, mas sim a favorecer as famílias mais numerosas. Sendo assim, perguntarão os mais distraídos, para quê a criação de "uma espécie de cláusula de salvaguarda que impedirá que famílias sem filhos sejam prejudicadas" há poucos dias anunciada pelo Primeiro Ministro? Porque o anúncio da bondade da reforma não resistiu às simulações feitas por empresas de consultadoria: As novas regras penalizam as famílias sem filhos a partir dos 800 euros. O presidente da Reforma do IRS, Rui Duarte Morais, foi taxativo: "Queremos tudo. Somos o povo do sol na eira e da chuva no nabal. Obviamente que se há desagravamento do ambiente fiscal para as famílias com dependentes, há um agravamento necessariamente relativo [para] as que não têm dependentes. É tão óbvio... Não percebo como é que se possa mascarar uma coisa destas". Só não entendo porque é que terá de ser o contribuinte a pedir o cálculo do imposto a pagar com as regras actuais e as novas regras. Isso deveria ser feito automaticamente pela máquina fiscal, atribuindo ao contribuinte a liquidação mais favorável.

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