quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Trovas do vento que passa


"Os políticos têm um código hipócrita, é preciso desconfiar do que dizem". Quem fez esta afirmação? Paulo Portas nos idos anos noventa. Piruetas, cambalhotas, ditos por não ditos, tem sido o seu percurso. Em 1991, em entrevista à RTP afirmava categoricamente: "Se há uma coisa definitiva na minha vida e na minha cabeça, uma delas é essa: Gosto imenso de política, mas nunca farei política". Mas como não há coisas definitivas na vida (a não ser a morte), ei-lo hoje vice primeiro-ministro (oficial), primeiro-ministro (oficioso). Em 2001, candidato à câmara de Lisboa, "Eu fico" [como vereador], afirmava em parangonas um seu cartaz de campanha. Ou ainda, muito recentemente, a sua demissão (ir)revogável do executivo Passos Coelho. Em 2001 jurou ficar e saiu, em 2013 jurou sair e ficou. "O poder é a pior coisa. Sou geneticamente contra o poder, seja de quem for. No dia em que um amigo meu lá chegar, passo-me para a oposição, ou deixo de ser amigo dele" (1993). Como ainda não se passou para a oposição (bem, em abono da verdade, durante os últimos dois anos tentou estar com um pé dentro e o outro fora), ficamos a saber que o Paulo Portas [pessoa] cortou relações com o Paulo Portas [político].

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