Basicamente, o que ficamos a saber no passado dia 7 de Abril, pela boca do Primeiro-Ministro (PM), é que tudo estava a correr bem e conforme o previsto e que, daqui para a frente, se alguma coisa correr mal, a culpa é do Tribunal Constitucional (TC). E ainda que, para compensar o desequilíbrio orçamental, o Governo irá avançar, ainda este ano, com medidas de contenção da despesa nas áreas da segurança social, saúde, educação e empresas públicas. Caso o assunto não fosse tão sério, estaríamos, seguramente, em presença da anedota do ano. Senão vejamos: o acordão do TC representa um acréscimo de despesa da ordem dos 1.3 mil milhões de euros, cerca do 0.8% do PIB português. Ora, em 2012, sem que se tivesse sido aberto qualquer buraco pelo TC ou qualquer outro orgão de soberania, o desvio na execução orçamental foi três vezes superior ao valor agora em causa. Por outro lado, o OE para 2013, desenhado em torno de um cenário macro-económico completamente irrealista e fantasioso, com ou sem chumbo do TC, é de impossível execução. O que o Governo precisava era de uma desculpa para um mais do que provável novo falhanço da execução orçamental, bem como para avançar com a sua agenda oculta. E já agora, senhor PM, quando se dirigir novamente ao país para falar da necessidade de redução da despesa pública, comece por explicar porque é que o seu gabinte precisa de 26 viaturas oficiais.
Sem comentários:
Enviar um comentário