Quanto mais não seja, para salvaguardar a credibilidade da instituição, num processo de avaliação curricular para efeitos de certificação escolar, quem avalia deve identificar de forma clara que parte da experiência profissional do avaliado é responsável pela equivalência a uma (ou mais) disciplina(s). Como isso não foi feito no caso Relvas-Lusófona, só nos resta tentar perceber qual o impacto da experiência proporcionada pelo cargo de presidente de uma associação folclórica (tida como relevante) no seu processo de equivalência. Olhando para o desenho curricular do curso, parece-me, que ela foi responsável por, pelo menos, cinco cadeiras: Língua Portuguesa I e II (1º ano), Língua Portuguesa III e IV (2º ano) e Psicologia Social e das Organizações (igualmente 2º ano). Passo a explicar. Entre músicos, cantores e dançarinos, um rancho folclórico desloca algumas dezenas de pessoas, pelo que, no final das actuações, fazer a apresentação de toda aquela gente ao público não é, propriamente, pêra doce. Como todos sabemos, o treino conduz à excelência pelo que não admira que o Miguel Relvas, ao fim de um ano de apresentações dos elementos do grupo, tenha desenvolvido um excelente domínio da língua portuguesa, ainda que limitado ao nome e função das pessoas, daí a nota 10 a cada uma das quatro cadeiras. Quanto à cadeira de Psicologia, num grupo com algumas dezenas de pessoas, as interacções entre elas são tantas que, inevitavelmente, surgem conflitos que é necessário sanar. Nunca voltando as costas ao conflito, Miguel Relvas foi treinando e desenvolvendo competências de negociação e de compromisso, que os avaliadores entenderam valorizar. Mais uma vez, a nota não foi grande coisa (mais um 10), mas tal deve-se única e exclusivamente a algumas cenas de ciúmes que ainda hoje perduram no grupo.
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