Vejamos o que aconteceu: (1) Quem tinha pedido dinheiro, ao não conseguir vender os burros, não conseguiu pagar os empréstimos. (2) Quem tinha emprestado dinheiro, queixou-se à Junta de Freguesia dizendo que, caso não fossem reembolsados, ficariam arruinados e não poderiam continuar a emprestar. Consequência, toda a aldeia ficaria arruinada. (3) Para evitar a ruína de quem tinha emprestado dinheiro, o Presidente da Junta, em vez de emprestar dinheiro a quem tinha pedido emprestado, emprestou dinheiro aos que tinham emprestado. Estes, que já tinham cobrado uma boa parte da dívida, não perdoaram as dívidas aos habitantes da aldeia, que continuaram endividados. (4) O Presidente da Junta desbaratou assim o seu orçamento, ficando também endividado. Pediu então dinheiro a outras freguesias, mas estas negaram-se a emprestar porque ele não conseguiu apresentar garantias. Resultado: o homem inicial ficou cheio de dinheiro. Quem tinha emprestado dinheiro, ficou com um montão de devedores a quem continuaram a cobrar as dívidas iniciais mais juros e apropriaram-se dos desvalorizados burros que já não cobriam as dívidas. Muita gente ficou arruinada e sem burro para toda a vida. A autarquia também ficou arruinada. Para solucionar esta situação preocupante, o Presidenta da Junta resolveu baixar os salários dos trabalhadores da junta.
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