sábado, 3 de setembro de 2011

Contas de sumir

O aviso, pela voz do PM, já tinha sido feito - o governo pretendia ir mais além do que o acordado com a  troika. E pelo texto do DEO (Documento de Estratégia Orçamental) ficamos a saber quanto mais além. Fazendo um pouco de futurologia, eu diria que a estratégia é muito simples - apertar os calos, o mais possível, nestes primeiros anos, para dar uns rebuçados em vésperas de eleições. A estratégia é velha, mas, surpresa das surpresas, aparentemente ainda eficaz.


E quanto mais além, perguntarão. Até 2013, o corte em despesas públicas será de mais 6.000.000.000 de euros do que o acordado, dos quais cerca de 2.000 milhões em prestações sociais. E qual a justificação dada pelo governo? Segundo o MF, o corte nas despesas sociais torna-se imperioso na medida em que os gastos da saúde, educação e segurança social representam cerca de metade da despesa pública. E quanto representa os cerca de 14.000 institutos, fundações, associações e outros que tais, estudos e pareceres contratados a empresas privadas e as mordomias para certos cargos da administração pública e do sector empresarial do Estado, pergunto? Era aqui que devia incidir, preferencialmente, o tão badalado corte na gordura do Estado, não arrancar a pele a quem já não tem camisa!

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